O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje
(20) que as autoridades brasileiras atuam, seguindo uma série de
orientações de sigilo, para garantir que o senador boliviano Roger Pinto
Molina, de 53 anos, deixe com segurança a Embaixada do Brasil na
Bolívia. Pinto Molina está há 13 meses na embaixada à espera da
concessão do salvo-conduto, pelo governo boliviano, para que possa viver
como asilado político no Brasil.
“Não será admitida qualquer meia solução para o senador que ponha em
risco sua integridade”, disse Patriota, na audiência pública na Comissão
das Relações Exteriores no Senado.
Os parlamentares perguntaram a Patriota sobre limitações de Pinto
Molina para o uso de internet e celular. O chanceler disse que algumas
medidas foram definidas para evitar interpretações sobre transgressões à
legislação referente aos asilo político. “Não é permitido ao asilado
exercer qualquer atividade que seja interpretada como ação política. Mas
posso garantir que estamos fazendo tudo para assegurar saúde”, disse o
ministro.
Pinto Molina pediu asilo ao Brasil alegando ser perseguido pelo
governo do presidente boliviano, Evo Morales. As autoridades bolivianas
negam a perseguição e dizem que o senador responde a uma série de ações
judiciais que levantam suspeitas sobre sua atuação no campo político.
Sem autorização para sair da Bolívia, Pinto Molina permanece abrigado na
embaixada brasileira.
Pinto Molina aguarda uma definição, no mesmo momento em que sete
brasileiros ainda permanecem detidos em Oruro, por envolvimento na morte
de Kevin Espada, de 14 anos, durante jogo do Corinthians com o San
José. O adolescente morreu ao ser atingido por sinalizador lançado por
torcedores.
Há dois meses, Patriota participou de uma audiência pública no Senado
e os parlamentares insistiram em associar o caso do senador ao dos
torcedores brasileiros. O chanceler reiterou que “não havia vantagens”
em tratar dos assuntos de maneira conjunta. ABr
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