O desmatamento e a degradação de florestas na Amazônia atingiram uma
área de quase 175 quilômetros quadrados (km²) nos meses de março e abril
deste ano. O levantamento de alertas foi divulgado hoje (6) pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelo
Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real, conhecido como
Deter. No mesmo período de 2012, o sistema detectou desmatamento de 292
km² – quase o dobro da área identificada este ano.
Mato Grosso continua liderando o ranking da derrubada de árvores na região, com 83,57 km² de devastação nos dois meses analisados - respondendo por 47% do total.
Pelas informações do órgão, as áreas de alerta nos estados do Acre,
do Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, de Roraima e de
Tocantins foram identificadas mesmo com uma cobertura de nuvens em quase
50% do território investigado no período. Entre novembro e abril,
período em que as chuvas são mais constantes na Amazônia, as imagens
ficam relativamente comprometidas. Essa é a justificativa utilizada pelo
Inpe para não comparar resultados entre diferentes meses.
Os técnicos do instituto afirmam que a limitação meteorológica e a
resolução relativa de captação de imagens - de 250 metros, permitindo
captar apenas áreas maiores que 25 hectares -, são compensadas pela
frequência de informações repassadas aos órgãos de fiscalização, como o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
“A menor resolução dos sensores usados pelo Deter é compensada pela
capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta
ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos
desmatamentos”, destacou em nota a assessoria do Inpe.
As imagens captadas pelos satélites utilizados pelo instituto
permitem a visualização de áreas de corte raso, quando há a retirada
completa da floresta nativa em uma área, e de evidências de degradação
pela extração de madeira ou incêndios florestais, que tipificam o
processo de desmatamento na região.
O presidente do Ibama, Volney Zanardi Junior, vai detalhar ainda hoje
(6) os dados divulgados pelo Inpe. A principal preocupação das
autoridades responsáveis pelo combate aos crimes ambientais na região é
explicar à população que nem todo alerta é uma comprovação de que há
desmatamento.
Nos últimos balanços divulgados, o governo vem destacando um esforço
para integrar informações nacionais e estaduais. A derrubada de árvores
em determinadas áreas pode ter a licença dos órgãos ambientais locais, o
que deixaria de configurar crime. ABr
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