As taxas de juros dos programas do Plano Agrícola e Pecuário
2014/2015 subiram em nível inferior ao aumento da taxa básica de juros, a
Selic, segundo argumentou o ministro da Agricultura, Neri Geller. O plano foi lançado hoje(19), com recursos previstos em R$ 156,1 bilhões, aumento de 14,7% em relação à safra 2013/2014.
De
acordo com o ministério, do plano anterior para este, a taxa média de
juros anual subiu 1 ponto percentual. O ministro argumentou que a taxa
Selic subiu bem mais, ao passar de 7,5% ao ano, em abril de 2013, para
os atuais 11% ao ano.
O ministro argumentou ainda que no início
do governo Lula, as taxas de juros para custeio e investimento estavam,
em média, em 8,75%, e em alguns programas chegavam até a 10,75%. “No ano
passado, conseguimos reduzir ainda mais a taxa de juros, passando para
3,5% no caso da armazenagem. No PSI [Programa de Sustentação do
Investimento] é 3,5%. Este ano, reativamos o Moderfrota, reduzindo a
taxa de 5,5% para 4,5%”, disse o ministro.
Para a senadora Kátia
Abreu (PMDB-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura
(CNA), o aumento de 1 ponto percentual nos juros é “aceitável”. Para
ela, o setor agropecuário foi contemplado com o novo plano, mas ainda
falta resolver alguns problemas. Um deles é a definição de acordo entre
Mercosul e União Europeia para ampliar as exportações de produtos
brasileiros. Ela também defendeu que seja criada uma solução para
acelerar a liberação de registro agroquímicos, no país.
Kátia
Abreu também chamou a atenção para a necessidade de ampliar a área de
produção de grãos com seguro agrícola para 50%. “Nos Estados Unidos
chega a 95% [de cobertura]. O produtor fica seguro se alguma intempere
acontecer quer seja queda brusca de preço, clima ou pragas”, disse.
Segundo o ministro Geller, atualmente 10% da produção de 58 milhões de
hectares estão segurados com subvenção do Tesouro Nacional.
A
presidente da CNA destacou que esperava aumento dos recursos previstos
para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), em que o
governo atua por meio da redução dos custos no momento da contratação da
apólice. Para o atual plano, foram mantidos os R$ 700 milhões, o que
deve atender a 10 milhões de hectares e cerca de 80 mil produtores.
Em
entrevista à imprensa, o ministro negou que o lançamento do plano tenha
objetivos eleitorais. "O plano safra foi apresentando pelo Ministério
da Agricultura, de acordo com a demanda do setor. Não é verdade que tem
vínculo eleitoreiro. Pelo contrário, avançamos de forma significativa.
Nos últimos 12 anos, os recursos subiram de R$ 20 bilhões para R$ 136
bilhões [na safra 2013/2014]. Isso está acontecendo de forma gradativa.
Não tem nada a ver com a questão eleitoral”, disse. ABr
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