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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dívidas de hospitais do RS serão pagas com empréstimos bancários

Além do salário dos servidores, outro setor afetado pela falta de dinheiro do governo do Rio Grande do Sul é a saúde pública. Já são mais de R$ 212 milhões em dívidas com as santas casas e hospitais beneficentes e filantrópicos do estado. Após uma reunião na manhã desta segunda-feira (24) no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori autorizou a abertura de linhas de crédito junto às instituições financeiras.
  
Os 245 hospitais filantrópicos devem estar com os recursos em caixa em até 40 dias, segundo o secretário da Saúde, João Gabbardo dos Reis.
"São em torno de R$ 210 milhões que vamos garantir às instituições bancárias o pagamento por conta da Secretaria da Saúde", afirmou Gabbardo em entrevista ao Jornal do Almoço (veja o vídeo acima).
De acordo com o secretário, os hospitais devem contratar o empréstimo com juros subsidiados, aos mesmos praticados pelo Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados, sem fins lucrativos e Hospitais Públicos (Funafir), e o estado garante o pagamento. A quitação do financiamento será em 36 parcelas – de janeiro de 2016 a dezembro de 2018. O estado criará um incentivo para cobrir o custo do financiamento.
"Vamos criar um incentivo a ser repassado a cada hospital correspondente ao valor de cada financiamento. De maneira que o hospital possa receber de forma antecipada tudo aquilo que está sendo devido. E o estado vai pagar em 36 parcelas", explicou.
O presidente da presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filatrópicos, Francisco Ferrer, disse que a medida vai ajudar a "amenizar" a crise nos hospitais. "Nós temos uma avaliação extremamente positiva dessa reunião com o governo do Estado, com o governador, com o secretário Gabbardo. Sem dúvida, vem ao encontro daqulo que os hospitais necessitam para minimizar a dificuldade financeira das instituições", afirmou. 
Crise faz comunidade se mobilizar
Em Cruz Alta, a comunidade resolveu ajudar, criando uma campanha para incentivar doações, na tentativa de amenizar a crise do Hospital São Vicente de Paulo (veja o vídeo). A dívida é de R$ 3 milhões. Falta dinheiro para comprar material de higiene, comida e para pagamento de pessoal.
Por isso, moradores resolveram ajudar. Instituições e empresas da cidade lançaram uma campanha para arrecadar doações e até mesmo dinheiro. O hospital já começou a receber alimentos, produtos de limpeza, cobertores e também materiais pra fazer pequenas reformas.
“Graças a Deus, com a ajuda da comunidade, o hospital segue atendendo normalmente”, diz o diretor-administrativo Fernando Branco.
Ainda no interior, a dívida do governo com a Santa Casa de Rio Grande, no Sul do estado, é ainda maior. O governo deve R$ 8,4 milhões ao hospital, valor que deveria ter sido repassado nos últimos quatro meses.
Desde abril, é a Prefeitura de Rio Grande quem faz a gestão da Santa Casa. Depois de uma reunião, na semana passada, o estado disse que não tem previsão para quitar o débito. Por isso, é a própria prefeitura quem está custeando os atendimentos.
“O que nós queremos é que o governo do estado repasse diretamente aquele valor que recebe da União, para que a Santa Casa possa honrar o compromisso com os seus trabalhadores, fornecedores e prestadores de serviço”, afirma o prefeito Alexandre Lindenmeyer.
Atendimento também é restrito na capital
Na Santa Casa de Porto Alegre, a crise financeira provocou o fechamento de 42 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) desde maio. Mais de 60% dos atendimentos feitos aqui na instituição são para pacientes do SUS. Além disso, 50 mil consultas foram cortadas.
No entanto, a situação pode piorar ainda mais se as contas não forem acertadas até o fim do ano. A ameaça é restringir ainda mais o atendimento se o débito não for quitado. A instituição tem 15 milhões a receber em repasses atrasados.(G1)

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