O PT pretende não transformar o ato político desta quarta-feira,
programado para comemorar os 10 anos do partido à frente do governo, num
desagravo aos réus do mensalão. A polêmica sobre o assunto foi
arquivada depois que os petistas resolveram “vender” as realizações dos
governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, com o objetivo de
se contrapor aos tucanos.
Mesmo sem citar o mensalão, o PT avalia que a estratégia servirá para
a defesa de Lula, alvo de sucessivos ataques por parte do empresário
Marcos Valério Fernandes de Souza.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse na terça-feira (19) que
petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do
mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, não vão estar no palco da
comemoração dos 10 anos de governo petista, ao lado de Dilma e Lula. “O
palco é pequeno”, justificou Falcão, ao negar a intenção de evitar
constrangimentos para o governo. “No palco só estarão os ministros, os
representantes dos partidos aliados, Paulo Okamoto, que é presidente do
Instituto Lula, Márcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo, eu, a
presidenta e Lula”, avisou. Ex-presidente do PT, condenado pelo STF a
dez anos e dez meses de prisão, e apontado como chefe de quadrilha,
Dirceu ficará entre os demais convidados.Além de Dirceu, foram
condenados os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (PT) e o
ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
Falcão afirmou, ainda, que o PT não usará o ato político para lançar a
candidatura de Dilma à reeleição, em 2014. “Ela é o nosso nome e será
homologada no devido momento, no encontro do partido convocado para este
fim”, avisou o deputado. Sabe-se, porém, que militantes vão ovacionar
Lula e puxar o coro do segundo mandato.
Ao ser indagado sobre por que o mensalão não foi incluído no balanço
do PT, Falcão disse que ainda há recursos em andamento e atacou a
oposição. “Nós também não fizemos menção à compra de votos no governo
Fernando Henrique. Não falamos do mensalão do PSDB de Minas. No meu
discurso, vou fazer um balanço político falando do ponto principal, que
nos distingue dos antecessores, que é o fortalecimento da democracia e a
colocação do povo como protagonista dessas mudanças”, comentou. Ele
disse esperar que, com os recursos impetrados, o STF possa fazer uma
“reflexão mais ampla” sobre as penas dos petistas. AE
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