Diretor de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt é palestrante do Tá na Mesa da Federasul


Na reunião-almoço Tá na Mesa da Federasul nesta quarta-feira, o diretor de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt, falou sobre o cenário atual do mercado de capitais. Segundo o executivo, apesar de serem inevitáveis os reflexos da crise americana principalmente sobre o mercado acionário, a rentabilidade obtida pela Bovespa está, ainda, entre as mais altas do mundo. Desde 2003, o Ibovespa saltou de cerca de US$ 5 mil para R$ 45 mil até março de 2008, mantendo, apesar das oscilações, um ritmo crescente.Para Schmitt, fatores como regras mais rígidas de governança, como a vigente no novo mercado (que já conta com mais de 100 empresas listadas), fizeram com que a Bolsa brasileira mantivesse sua rentabilidade dos últimos anos para cá. “Atualmente, a capitalização das empresas listadas corresponde a 95% do PIB nacional. Antigamente, ficava entre 15 e 20% apenas”, relembrou. Isso mostra, segundo Schmitt, uma tendência crescente de as empresas brasileiras usarem a capitalização promover seu crescimento e desenvolvimento. “O mercado primário de ações no Brasil, atualmente, chega a ‘bater’ alguns dos principais mercados emergentes, como a Shangai SE ou a NSE India, que obtiveram captações menores que os US$ 25,9 bilhões registrados na Bovespa até julho de 2008. O executivo ressaltou, ainda, a inevitabilidade e freqüência com que o mercado acionário enfrenta grandes crises, quinze delas desde o início do século XX, responsáveis, depois das conseqüências, pela mudança dos critérios regulatórios do mercado, com a criação do FED em 1907 e da SEC, a “comissão de valores mobiliários” americana, após a crise de 1929. “A economia mundial deve desacelerar obrigatoriamente e o Brasil não ficará imune a isso, mas pode sofrer menos”, observou. Segundo ele, a tendência vale se o país continuar lastreando a grande demanda por commodities – setor onde o país possui mais força – no crescimento chinês que vem do aumento de infra-estrutura e do padrão de consumo dos chineses. Outro fator importante, segundo Schmitt, é que o Brasil tem hoje US$ 205 bilhões em reservas internacionais e o país é credor externo líquido, fatos que protegem a economia da atual crise financeira internacional, segundo informações da assessoria da Federasul. Foto: Federasul
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