
Os cardiologistas Adib Jatene, ex-ministro da saúde, e Fernando Lucchese, ressaltaram a necessidade de aumentar os recursos voltados para a saúde pública no Brasil, durante reunião-almoço Tá na Mesa da Federasul. Jatene, apesar de elogiar o Sistema Único de Saúde, criticou o status atual do setor no Brasil. "A saúde só é prioridade nos discursos governamentais. A prioridade está, de fato, onde os recursos estão aplicados", disse, fazendo alusão a obras de infra-estrutura, por exemplo, em que após a conclusão de estradas pedagiadas, existe a geração de receita. "Na saúde é o contrário: depois que a obra de um hospital é concluída, seus gastos triplicam por conta do funcionamento. Os governos não querem arcar com isso", frisou. Já Lucchese, atualmente diretor do Hospital São Francisco, parte do Complexo Santa Casa de Porto Alegre, o fim da CPMF criou um vácuo que não foi substituído pelo aumento da arrecadação. Ele exemplificou, apontando que o superávit do orçamento da união, que no primeiro semestre de 2008 foi de R$ 71,6 bilhões, foi aplicado em pontos como como a redução da CIDE, a desoneração da indústria, entre outros. "Já o Ministério da Saúde continua sem orçamento próprio, mantendo, por exemplo, uma defasagem absurda do SUS em relação a outros indicadores, desde a criação do Plano Real", alertou. De acordo com dados que apresentou, enquanto indicadores como os de energia elétrica e gás de cozinha aumentaram 489,1% e 702,4% respectivamente, a tabela do SUS só teve 46,52% de reajustes, segundo a Federasul. O médico Adib Jatene, questionado se deverá retornar à Política, respondeu bem humorado: "Só volto se me convidarem para o ministério da Fazenda, arrancando risos dos presentes durante coletiva de imprensa. Foto: Inês Arigoni/Agência Bossa.
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