54a. Feira do Livro de Porto Alegre - Colombianos criticam produção literária de seu país
A produção literária colombiana está deixando a desejar. Essa foi a conclusão da conversa entre os escritores Sergio Ocampo Madrid e Miguel Angel Manrique sobre o atual momento literário vivido em seu país. Durante o debate que aconteceu no Centro Cultural Erico Verissimo na noite desta terça-feira, ambos destacaram que é pequeno o incentivo à formação de novos escritores e que a herança deixada pelo ganhador do Prêmio Nobel da Literatura em 1982, Gabriel Garcia Marques, transformou-se em uma sombra na carreira dos intelectuais colombianos. “Apesar da quantidade de escritores que temos, acredito que não temos tanta qualidade. A maioria dos autores escreve por hobby, mas a literatura exige mais seriedade, pois traduz a forma como se enxerga e pensa o mundo”, afirmou Ocampo. Para o escritor, essa falta de qualidade é, em parte, culpa de Garcia Marques. “A herança que ele nos deixou complica a vida dos nossos escritores. Ele é praticamente insuperável em alguns gêneros, como a novela, e nunca fomentou escolas de formação de escritores. Após ganhar o Nobel, criou uma de jornalismo e outra de cinema”, lamentou. Manrique, no entanto, não concorda que toda a responsabilidade seja colocada sobre o autor de Cem Anos de Solidão, afinal, “ele representa uma época muito brilhante da literatura”. Além disso, ressaltou que a sombra só existe e é tão grande porque é proporcional à grandeza de sua obra, segundo informações da Feira do Livro.
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