Com uma fila interminável, o Teatro Dante Barone, da Assembléia Legislativa lotou literalmente para assistir o talkshow de Ruy Carlos Ostermann, o escritor uruguaio Eduardo , que foi aplaudi
díssimo na Feira do Livro de Porto Alegre pela platéia do Encontros com o Professor, que o recebeu de pé. Ao subir ao palco, Galeano emocionado, agradeceu o calor humano dos brasileiros. Após receber os aplausos revelou: “Às vezes o silêncio fala mais que as palavras. As únicas dignas de existir são aquelas melhores que o silêncio. Uma das piores coisas do mundo é a ‘inflação palavrária’”. Sobre o livro Espelhos (Editora L&PM), definido por Ostermann como um conjunto de fragmentos, Galeano afirmou que “é uma tentativa de ver o universo através do olho da fechadura”. E completou: “Eu sou um averiguador da grandeza escondida nas coisas pequenas”, explicou Galeano. “Tento limpar os olhos das teias de aranha que tentam nos colocar, um sistema que nos treina pra ser cegos. Gosto de ver como as diferentes pessoas deixam as suas mensagens. As críticas mais profundas que li foram em muros das cidades, uma delas foi: as virgens têm muitos natais, mas nenhuma noite boa”, arrancando risos e aplausos do público. Confessou que carrega um caderninho onde anota as coisas que escuta, vê e pensa. “Se não anotar o vento leva. A memória precisa ser registrada”. Mostrou, ainda, que seu lado questionador aflorou desde cedo, na escola. “Eu sempre fui aquele aluno que perguntava porquê. Sou um autocrítico implacável. Reescrevo muitas vezes. Sempre escrevo à mão, tenho prazer nisso, mas agora, depois de anos de calúnia contra o computador, tenho finalizado meus textos nele”, revelou. Para os que invejam a inspiração do autor em suas crônicas, poesias e versos, a escrita brota de uma coceira na mão. “Eu escrevo só quando a mão coça. Por obrigação, nem pensar. Às vezes, eu olho pra ela e digo: ‘minha mão, minha mão menininha’ e nada”. FL/ Fotos: Luís Ventura
Galeano é incrível mesmo. Seus livros são obras inspiradoras e incitam reflexões que podem ajudar o mundo a mudar. Ele precisa ser mais lido no mundo inteiro...
ResponderExcluirUma pena eu não morar em Porto Alegre nesse momento hehehe