Especialistas holandeses detalham rumos para setor hidroportuário gaúcho

O projeto do governo do Estado para o setor hidroportuário, elaborado pelo secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, encontrou, nesta sexta-feira (5), caminho para se concretizar. Os consultores holandeses Wim Ruijgh e Harrie de Leijer, em visita ao Rio Grande do Sul há uma semana, apresentaram para Andrade diagnóstico e proposições para desenvolvimento do setor. A primeira das quais é criação de força-tarefa que reúna todos os integrantes (players) do mercado, incluindo proprietários de carga, operadores portuários, armadores, instituiçõe s e poder público, coordenados por mediador, para elencar necessidades e deficiências que a atividade concentra. Os especialistas holandeses retornam ao Estado até fevereiro para auxiliar no processo. Também há recomendação "de manter e, se possível, ampliar a posição competitiva do Porto do Rio Grande. Ruijgh e Leijer entendem que ainda há potencial a ser explorado, para o que o governo precisa se voltar mais com investimento em modernização". Também cabe ao Estado, na visão holandesa, apoiar iniciativas de indústrias que utilizem ou possam utilizar hidrovia para escoamento de produtos. Gargalos, barreiras e outras dificuldades devem ser superadas para que rios e lagos não tenham qualquer empecilho para estímulo ao transporte fluvial. O aprofundamento dos rios para a navegação interior não foi considerado prioritário. Os consultores vêem "a adaptação, para transporte de contêineres e granéis, de barcaças que exijam baixo calado, incentivo à reativação da hidrovia, considerando cust os entre as duas alternativas". Os canais de navegação gaúchos têm, em média, 2,5 metros de profundidade. Para os técnicos europeus, é suficiente. Os consultores acreditam ainda em possibilidade de desenvolvimento, no médio e longo prazos, dos portos de Cachoeira do Sul e Estrela. Ambos podem se tornar centros multimodais (entroncamentos rodo-hidro-ferroviário), se as regiões ofertarem volume de carga suficiente para gerar movimentação e investimentos, não apenas do poder público, mas também da iniciativa privada. A meta do Estado, a ser alcançada em dez anos, é redistribuir cargas movimentadas em solo gaúcho, ampliando de 3,6% para 15% a participação do modal hidroviário. Atualmente, as rodovias concentram quase totalidade, com 85% do bolo, implicando em custos elevados para manutenção de estradas. Na prática, a modificação na matriz de transporte gaúcha representará redução drástica de diversas despesas. Em países onde os três modais são plenamente desenvolvidos, paga-se US$ 48 a tonelada por quilômetro rodado em rodovia. Por ferrovia, US$ 38, enquanto por hidrovia, US$ 20, valor que pode cair para US$ 5 com crescimento do volume de carga e aumento do número de embarcações. O Rio Grande do Sul tem a segunda bacia hidrográfica navegável do Brasil, com aproximadamente mil quilômetros, inferior apenas à amazônica. Ruijgh e Leijer anunciaram que em 3 de março do próximo ano, o ministro dos Transportes da Holanda, Camil Eurlings, vem ao Estado para conhecer o Porto do Rio Grande e se reunir com a governadora Yeda Crusius e empresários com empresários do setor, para estreitar relações e prospectar parcerias comerciais e de cooperação, segundo informações do governo gaúcho.
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