Presidente da Assembléia Legislativa defende o Parlamento como espaço de discussão heterogênea



O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Alceu Moreira (PMDB), concedeu entrevista coletiva logo após a reunião inaugural do Espaço de Convergência do Fórum Democrático, no térreo do Palácio Farroupilha, nesta segunda-feira (15). "Não foi ousadia", afirmou o parlamentar, ao falar sobre sua proposta de discutir temas de forma convergente, colocando na mesma mesa opiniões diferentes, apesar da fama de o Rio Grande do Sul de ser um estado dividido pela chamada "grenalização". "O Parlamento é o único lugar para fazer a discussão heterogênea de todos os temas", disse o presidente do Legislativo, ao defender o Programa Sociedade Convergente, do qual é idealizador."Podemos dizer que os benefícios concretos para a população se mostraram mais claros nos Diálogos de Convergência e nas Oficinas de Solução", avaliou Moreira. Os Diálogos foram as reuniões de convergência com a presença de todos os atores com poder de decisão política, e as Oficinas grupos formados, normalmente depois destes encontros, para montar o passo a passo para as soluções dos problemas levantados. "Não teríamos hoje área disponível para o plantio da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul se não tivéssemos agido. Também não teríamos a possibilidade do edital de energia eólica e não chegaríamos à conclusão sobre a necessidade de uma política sanitária para a produção de carne e de leite no Estado, como forma de nos transformar em exportadores absolutamente confiáveis", exemplificou.Moreira disse acreditar na continuidade do Sociedade Convergente nas próximas gestões da Assembléia. "Estamos trabalhando uma cultura nova. Essa ferramenta está à disposição da população. Acredito que na gestão do deputado Ivar Pavan (PT), o próximo presidente, esse processo será aprimorado", afirmou. "Ele acredita que seja importante termos as Comissões de Mérito da Casa mais envolvidas nisso. Vou continuar aqui, trabalhando pela minha convicção", esclareceu Moreira. O presidente não apresentou os custos do Sociedade Convergente, mas disponibilizou os números por meio da assessoria técnica do Legislativo. "Esses dados são públicos e estão no balanço na forma da lei", acrescentou. E disse que, tanto o Sociedade Convergente quanto leis aprovadas, como a que proíbe o consumo de álcool nos estádios de futebol, de autoria do deputado Miki Breier (PSB), foram temas que integraram a divulgação institucional do Parlamento gaúcho neste ano. Questionado se sua expectativa em relação à participação dos colegas parlamentares foi atingida, foi direto. "Quem pensa um projeto destes, imagina o ideal, ou seja, a maior participação possível. Estamos muito satisfeitos com a participação dos deputados que precisaram utilizar esse processo e o fizeram. Não posso cobrar de todos a mesma compreensão do processo", analisou. Moreira admite que a CPI do Detran, no primeiro semestre, e as eleições, no segundo, desviaram a atenção de sua proposta. "Isso, no entanto, não significa que o conteúdo pudesse ser melhor, mas acredito que poderíamos ter uma massa crítica mais abrangente". O presidente lembrou que os temas trabalhados pelo Sociedade Convergente deverão ser transformados em projetos de lei com indicativos de políticas públicas. "As propostas serão apresentadas para o governo do Estado, isso porque esse é o procedimento para toda e qualquer iniciativa que gere despesa, segundo a Constituição Estadual", detalhou. "Se o Sociedade Convergente for visto como um projeto de um presidente que quer marcar sua gestão, ficará como um fato menor, de pouca abrangência. Mas quem perceber que é uma ferramenta de transformação, que gera a demanda política para chegar em resultados, verá que é uma proposta única, que une a sociedade civil aos temas de Estado", completou, segundo informações da assessoria da Assembléia gaúcha. Fotos: AgAl
Share on Google Plus

About Jornalista Valéria Reis

    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário