HISTÓRIA DO VINHO - SEGUNDA PARTE


Em Madrid, está em exposição a escultura de Dionísio-Baco, deus do vinho (Museu do Prado em Madrid). Cultivado ao longo da costa do Mediterrâneo, o vinho seria cultural e economicamente vital para o desenvolvimento grego. No mundo mitológico, Dionísio, filho de Zeus e membro do 1o escalão do Olimpo, era o deus das belas artes, do teatro e do vinho. Com ênfase no vinho, a bebida tornou-se mais cultivada e cultuada do que jamais fora no Egito, sendo apreciada por todas as classes. A partir de 1000 a.C., os gregos começam a plantar videiras em outras regiões européias. A bebida embriagou a Itália, Sicília,, seguindo à península ibérica. Os gregos fundaram Marselha e omercializaram o vinho com os nativos, sendo este o primeiro contato entre a bebida e a futura França. É interessante constatar que, para o gosto contemporâneo, o vinho daquela época era, no mínimo, grotesco. Homero o descreveu delicado e suave, mas apesar do romantismo e das tradições festivas que a bebida evocou na época, o vinho da Antiguidade era ingerido com água do mar e reduzido a um xarope tão espesso e turvo que tinha que ser coado num pano e dissolvido em água quente", afirma o historiador inglês e enólogo Hugh Johson, autor do livro A História do Vinho, da Companhia das Letras. Depois da Grécia, o vinho foi parar em outra grande civilização. Roma - Fundada em 753 a.C, Roma era inicialmente uma vila de pastores e agricultores. A partir do século VI a.C., começou a se expandir e, já em 146 a.C., a península Itálica, o Mediterrâneo e a Grécia estavam anexados ao seu território. Os vinhedos eram cultivados em áreas interioranas e regiões conquistadas. Os romanos levavam o vinho quase como uma “demarcação de território”, uma forma de impor seus costumes e sua cultura nas áreas que conquistavam. Dessa forma, o vinho terminou virando a bebida dos legionários, dos gladiadores, das tabernas enfurnadas de bravos guerreiros. Junto com os romanos, os vinhedos chegaram à Grã-Bretanha, à Germânia e, por fim, à Gália ― que mais tarde viria se chamar França, o lar do vinho. Diferentemente do que se leu nas histórias de Asterix, Roma não tardou em conquistar toda a região da Gália. Sob o comando do imperador Júlio César, enfrentaram os gauleses e, seguindo pelo vale do Rhône, chegaram até Bordeaux . A disseminação das videiras pelas outras províncias gaulesas foi imediata, e pode ser considerada um dos mais importantes fatos na história do vinho. Nos séculos seguintes, cidades como Borgonha e Tréveris surgiram como centros de exportação de vinhos, que inclusive eram superiores aos importados. A predileção da época era pelo vinho doce. Os romanos colhiam as uvas o mais tardar possível, ou adotavam um antigo método, colhendo-as imaturas e deixando-as no sol para secar e concentrar o açúcar. O vinho expandiu-se até o Império Romano em 476, na Idade Média. Também começou a ser usado pela Igreja Católica nas missas como o sangue de Cristo, no século IV, quando o imperador Constantino converteu-se ao cristianismo. Importantes mosteiros franceses se localizavam em Borgonha e Champagne, regiões que foram e são “nascentes” de vinhos de qualidade. A bebida também se sobressaiu no setor médico: acreditava-se que vinho aromatizado possuía propriedades curativas contra diversas doenças. Com o aprimoramento das receitas, surgiram outros vinhos além do tinto, como os brancos, rosés e espumantes. Por volta do século XIII, as cruzadas católicas livraram o Mar Mediterrâneo do monopólio árabe, possibilitando a exportação do vinho pelas vias marítimas. O vinho chegou até a Idade Moderna com Cristóvão Colombo, até México, Estados Unidos e América do Sul; na Revolução Industrial, no século XVIII. Já no século XX, vitivinicultura evoluiu muito, acompanhando os avanços da tecnologia e da genética. O cruzamento genético das cepas das uvas, a formação de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram substancialmente a qualidade e o sabor do vinho, para agradar paladares mais apurados. Foto: Reprodução/EI
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