BRASÍLIA - O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) foi eleito nesta segunda-feira para comandar o Senado, no biênio 2009/2010, derrotando o petista Tião Viana (AC) por 49 votos a 32. Em suas primeiras declarações, defendeu a autonomia da Casa e disse que vai atuar sem diferenças partidárias.A votação secreta contou com a participação de todos os 81 senadores."Acima de tudo isso está a independência e a autonomia da nossa Casa", disse Sarney no discurso após a posse. Ele afirmou ainda que vai cortar as despesas do Senado em 10 por cento.Sarney lamentou não ter obtido a adesão do PSDB a sua candidatura. Em uma decisão inusitada, os tucanos aderiram ao petista Tião Viana. "Devo confessar que fiquei muito triste de não ter o apoio do PSDB", disse Sarney.Já para o líder do DEM, José Agripino (RN), o peemedebista afirmou que "nunca tomarei uma decisão sem me lembrar do apoio do seu partido". O DEM esteve com Sarney na eleição.O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), cobrou que Sarney atue com equilíbrio e garanta a proporcionalidade, além de cobrar que o novo presidente combata o excesso de medidas provisórias.Para Tião Viana, "nesta hora, há vencedores e vencidos. Tenho muita honra de ter tido trinta e dois votos nessa eleição", afirmou.Sarney, de 78 anos, que agora substitui Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), já presidiu o Senado por duas vezes (1995-1997 e 2003-2005) e foi presidente da República de 1986 a 1990.Além de seu partido, o PMDB, Sarney teve o apoio de siglas como o DEM e o PTB. Tião Viana levou o PT, PSOL e PR, além do PSDB, que argumentava querer renovar a Casa.O presidente do Senado, assim como o dirigente da Câmara, influencia na decisão da sucessão presidencial de 2010, pelo poder de dar andamento a projetos presidenciais e pela ascendência nas decisões de seu partido. Sarney vai gerir um orçamento de 2,7 bilhões de reais.Temer é eleito presidente da Câmara em dupla vitória para o PMDBBRASÍLIA (Reuters) - O deputado Michel Temer (PMDB-SP) é o novo presidente da Câmara para o biênio 2009/2010.Em votação secreta e eletrônica nesta segunda-feira, Temer, que teve o apoio de 14 partidos, foi eleito com 304 votos dos deputados, desbancando Ciro Nogueira (PP-PI), com 129, e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que teve 76 votos. Votaram 509 dos 513 deputados.Em seu primeiro discurso depois da posse, Temer afirmou que, mesmo sendo do PMDB, presidirá a Câmara de acordo com os interesses de todos os partidos. Ele destacou que os deputados precisam se preparar para ajudar o Brasil a combater os efeitos da crise financeira global e previu a necessidade de medidas impopulares."Vamos atravessar um biênio complicado", frisou. "Esta crise que se avizinha encontrará resistência no país e principalmente no Poder Legislativo."Defendeu ainda a integração entre os Três Poderes. "Acima de qualquer divergência está o interesse do país", afirmou.O deputado assegurou ainda que tentará regulamentar todos os artigos da Constituição pendentes.Temer, que já presidiu a Câmara por dois biênios seguidos entre 1997 e 2000, substitui Arlindo Chinaglia (PT-SP). Presidente nacional do PMDB há sete anos, ele é deputado federal desde 1987.Além da importância política do cargo, que influencia na sucessão presidencial de 2010, o presidente da Câmara vai comandar um orçamento de 3,2 bilhões de reais neste ano.Em um momento em que o vice-presidente José Alencar se submeteu a uma cirurgia delicada para retirada de tumores e permanece no hospital, o cargo de presidente da Câmara se torna especialmente importante por ser o segundo (após o vice) na sucessão do presidente da República, nos casos de impedimento ou vacância do cargo, como viagens.Para a votação, os deputados utilizaram oito urnas eletrônicas colocadas no plenário. A sessão levou cerca de seis horas. Antes da votação em si, os deputados tiveram discussões acaloradas sobre as regras do procedimento, divergindo sobre o horário marcado por Chinaglia e sobre o direito de concorrer aos demais cargos da Mesa Diretora. PSOL recorre - O PSOL ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para garantir um lugar na Mesa Diretora da Câmara.O deputado Ivan Valente (SP), líder do partido, argumenta que o PSOL é a única legenda que nesta legislatura representa a minoria da oposição ao governo na Casa e que o artigo 8o do regimento interno assegura a participação de um integrante deste grupo na direção.Com a criação do bloco de partidos que apoiou a candidatura de Temer à presidência da Casa --incluindo legendas que fazem oposição ao governo, como PSDB, DEM e PPS-, o PSOL acredita que passou a ser o único partido representante da minoria.( Reuters). Foto: Reprodução/EI
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