Oposição agrega novos elementos à investigação do MP Eleitoral
PT, PDT, PC do B e PSB entregaram ao p rocurador regional eleitoral, Vitor Hugo Gomes da Cunha, no final da tarde desta terça-feira (4), representação agregando novas informações ao rol de denúncias feitas pelo PSOL, que já estão sob investigação dos procuradores. Além da declaração de voto dos petistas na CPI do Detran, o documento solicita que o órgão também avalie, sob o ponto de vista eleitoral, elementos levantados pela Operação Solidária, da Polícia Federal, que apurou desvio de verbas públicas, especialmente na prefeitura de Canoas. Com isso, a oposição pretende colaborar para que o MP Eleitoral complete o quebra-cabeça que envolve esquemas criminosos para o fim de enriquecimento pessoal de agentes públicos e para obtenção de dividendos eleitorais e sustentação de partidos políticos. "Nossa intenção é reforçar, com novos dados, o trabalho já iniciado pelo Ministério Público Eleitoral. Os personagens são, praticamente, os mesmos no escândalo do Detran, no Operação Solidária e nas denúncias do PSOL", justifica o vice-líder da bancada do PT, Raul Pont. O petista argumenta que a ida ao MP Eleitoral foi motivada por informações de que houve doações não contabilizadas para a campanha da governadora Yeda Crusius em 2006. Uma delas, segundo o parlamentar, teria sido efetivada por uma empresa investigada pela Operação Solidária. "O material que entregamos permite o cruzamento de dados levantados por diferentes investigações e, quem sabe, a descoberta de um novo tentáculo no esquema de corrupção e de possível caixa dois de campanha", aponta. Nove pontos da declaração de voto apresentada pelo PT na CPI do Detran foram destacados pela oposição. O primeiro deles diz respeito à omissão da governadora Yeda Crusius em relação às empresas sistemistas envolvidas no desvio de mais de R$ 40 milhões da autarquia. Segundo o documento, isso poderia ser um indício de que as sistemistas teriam abastecido o caixa dois de campanha. Outro elemento, fornecido pela oposição, é a investigação relativa ao papel desempenhado pelo lobista Lair Ferst na campanha eleitoral de 2006. Membro do diretório estadual do PSDB e proprietário de empresas que participaram da fraude no Detran, Ferst não foi mero apoiador da campanha, como alega o Palácio Piratini, mas participou ativamente da arrecadação. Segundo o vicegovernador Paulo Feijó, Ferst cumpria esta tarefa junto "a pessoas do networking dele" e "freqüentava diariamente o comitê de campanha". "Levando em conta qual era o networking de Lair nesta época, é possível para levantar sérias suspeitas sobre a existência de recursos ilícitos na campanha de Yeda Crusius", diz a representação. Além de pedir a anexação dos documentos apresentados na investigação já em curso, a oposição solicitou, ainda, que seja informada do andamento do processo e que tenha acesso aos autos. Participaram da audiência com o procurador os deputados Raul Pont (PT), Ronaldo Zulke (PT), Miki Breier (PSB) e Gilmar Sossella (PDT), segundo informações da assessoria do PT.
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