Ex-ouvidor participou de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos - Durante depoimento à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), nesta quarta-feira (1º), o ex-ouvidor da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Adão Paiani, desafiou o promotor eleitoral de Lajeado, Pedro Rui Porto, a desmentir a informação de que a governadora Yeda Crusius teve conhecimento da existência de um CD com escutas ilegais obtidas através do sistema Guardião. "É por isso que ele (o promotor) foge de uma acareação comigo, porque não tem coragem de negar, na minha frente que uma alta autoridade do Ministério Público levou todas as informações ao governo no ano passado", disse. Segundo Paiani, a "alta autoridade" seria o procurador-geral de Justiça, Mauro Renner. Paiani compareceu espontaneamente à Assembleia Legislativa, depois de convite feito pelo presidente da CCDH, deputado Dionilso Marcon (PT), durante debate numa emissora de rádio da Capital. Segundo a assessoria da Assembléia, a versão do ex-ouvidor é de que logo após sua exoneração, encontrou-se com Porto no escritório de sua fonte, em Lajeado, e que o promotor ligou na sua frente para Mauro Renner. O procurador então informou que a governadora não teria ficado com cópia do material. "Acredito que a quebra do sigilo telefônico do promotor Porto pode esclarecer as dúvidas", destacou Adão Paiani. Ele afirmou ainda que, quando esteve na cidade em busca dos CDs, Pedro Rui Porto já sabia de sua exoneração. "Até os peixes do rio Taquari sabiam da minha demissão. Há três dias isso era notícia". Para Paiani, criou-se um cenário para desqualificá-lo assim que tomou conhecimento das denúncias, antes de sua exoneração, e quis revelá-la ao alto escalão do governo para tomar providências. "Esse sistema precisa ser corrigido, o Guardião tem que estar sob controle da sociedade, a bem dos agentes públicos. Hoje não existe tranquilidade dentro da máquina pública, todos sabem que são de alguma forma monitorados", afirmou. O ex-ouvidor foi além: "todos sabem que esse esquema de escutas clandestinas existem há muitos governos. O que eu fiz foi trazer a público como isso acontece", declarou. Conforme ele, existem três motivos para o promotor negar os fatos: proteger a fonte; ganhar visibilidade com mais uma polêmica envolvendo o governo do Estado; ou servir de "boi de piranha" no processo. "Será que o Senhor Porto foi coagido a contar essa mentira, se auto-incriminar para colocar uma cortina de fumaça sobre os fatos?", indagou. Quanto à fonte, Adão Paiani disse que não revelará a identidade do autor das denúncias, apesar das pressões e tentativas de intimidação que vêm sofrendo. "Desde o dia 13 de março tenho recebido pressões, a minha vida está sendo devassada para que se encontre algo que possa me incriminar. Minha mãe, que tem mais de 80 anos, recebeu visita de pessoas a minha procura. Está havendo um processo intimidatório e fazer com que eu não estivesse hoje nesta comissão", lamentou. AL/Fotos: Antônio Guerreiro/AL
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