O Brasil não aproveitou os anos de crescimento para implementar reformas fundamentais nos campos institucionais e de infraestrutura, de acordo com Roger Wright, sócio-fundador da Arsenal Investimentos. O executivo, apresentou palestra no Tá na Mesa da Federasul com o tema: "Perspectivas de crescimento no mundo e no Brasil diante do cenário de retração que estamos vivendo". No entanto, de acordo com o executivo, o fato da economia brasileira ser relativamente fechada, com a menor taxa de crescimento entre os países do BRIC (que incluem Rússia e India, com crescimento médio de 8% e China, com 12%), faz com que ele sofra menos em períodos de recessão como o atual. O executivo defendeu que, no Brasil, a crise está proporcionando um ajuste da demanda doméstica, fragilizada pela queda nas importações, caracterizado pelo aumento na taxa de desemprego (que está em cerca de 9%), a estabilização do crédito em aberto e pouca variação nos salários reais. O lado bom, de acordo com Wright, é que algumas das políticas públicas estão oferecendo uma boa munição contra a crise, caso do corte agressivo dos juros e redução do compulsório, medidas implementadas pelo Banco Central. Em compensação, Wright pressente a possibilidade da queda nos investimentos públicos e aumento da carga tributária. Em nível mundial, Wright acredita que, embora a recuperação das economias a partir da atual crise seja mais demorada, a ocorrência de outros períodos de turbulência será mais rara e menos grave. "As crises diminuíram após as regulações sob as quais o mundo financeiro passou a operar, principalmente após a 2a Guerra Mundial, e que deverão se tornar ainda mais rigorosas com a superação da crise atual", disse. (Federasul)Foto: Federasul
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