BRASÍLIA - A decisão da Infraero de demitir afilhados políticos e até parentes de parlamentares do PMDB e de outros partidos aliados abriu nova crise na base parlamentar do governo, o que levou o presidente Lula a atuar pessoalmente para tentar contornar o episódio. Depois de ser alertado de que as demissões poderiam causar derrotas sucessivas de projetos de interesse do governo no Congresso, Lula recebeu para uma conversa, na noite de segunda-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), os principais líderes do PMDB. O presidente foi devidamente alertado, também, de que a forma como as demissões estavam ocorrendo poderia ter, inclusive, reflexos negativos para a pretendida aliança entre PT e PMDB em torno da candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Setores do PMDB e mesmo do PT aproveitaram a perda de espaço político na estatal aeroportuária para tentar outro objetivo: substituir o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Diante do crescimento das ameaças, ontem, Lula resolveu agir.
Ex-mulher de líder do PMDB vence
Até o início da noite, algumas demissões de cargos comissionados da Infraero que já haviam sido anunciadas, como a de Mônica Azambuja, ex-mulher do líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), foram suspensas temporariamente. Mas demissões já efetuadas causaram grande estrago político. Entre elas, a demissão, da Infraero de Pernambuco, do casal Oscar Jucá e Taciana Canavarro respectivamente irmão e cunhada do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). " Essas demissões criaram um ambiente muito ruim na Câmara e no Senado. Há um clima de revolta ". - Essas demissões criaram um ambiente muito ruim na Câmara e no Senado. Há um clima de revolta. Os parlamentares estão inconformados. Se há uma pessoa que defende o governo é Romero Jucá - disse o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves (PMDB-RN), para, em seguida, defender também o ministro das Relações Institucionais. - O José Múcio pode até estar enfraquecido. Mas não tem culpa dessas demissões. Durante o dia, vários peemedebistas, em recados à cúpula do governo, chegaram a lembrar, em tom de ameaça, que o comando da Infraero não tinha um único voto no Congresso para ajudar o Planalto, numa referência ao brigadeiro Cleonilson Nicácio, presidente da estatal, que decidiu reduzir os cargos de indicação política. Romero Jucá evitou ataques diretos ao presidente da Infraero, mas não escondeu seu descontentamento. - Bom cabrito não berra. Agora, é um absurdo que o governo passe a criminalizar cargo de indicação política. Mas não vou bater boca com o presidente da Infraero. Agora, está claro que é no mínimo uma deselegância - desabafou Jucá. (O Globo)
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