A Air France acaba de emitir uma nota confirmando que a última mensagem enviada pelo Airbus A-330-200 indicou uma pane do circuito elétrico, numa zona afastada da costa brasileira, por volta das 23 horas de ontem. De acordo com a nota, a aeronave, que fazia o trecho Rio-Paris e tinha 228 pessoas a bordo, atravessou uma zona de tempestade com fortes turbulências um pouco antes de emitir a mensagem. A nota informa ainda que o comandante possuía 11 mil horas de voo e já tinha efetuado 700 horas com o mesmo modelo do Airbus desaparecido. Um dos copilotos possuía 3 mil horas de voo, sendo 800 no Airbus. O outro copiloto tinha 6.600 horas de voo, sendo 2.600 no Airbus. A aeronave estava equipada com motores da General Eletric CF6-80E e começou a operar no dia 18 de abril de 2005. A última visita de manutenção em hangar foi feita no dia 16 de abril de 2009. A Força Aérea Brasileira disse que o Airbus A-330-200 sumiu no domingo quando sobrevoava sobre o mar e está sendo procurado por dois aviões militares que iniciaram as buscas a partir da ilha de Fernando de Noronha. A FAB informou ainda que a aeronave passou por Noronha, a cerca de 350 quilômetros da costa brasileira, quando fez seu último contato por rádio, às 22h33. Uma tentativa de contato com a aeronave uma hora depois não obteve sucesso. "Provavelmente estamos diante de uma catástrofe", disse o executivo-chefe da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, a jornalistas em Paris. O voo AF 447 partiu do Aeroporto Internacional Tom Jobim às 19h de domingo, e deveria pousar no Charles de Gaulle (Paris) às 11h15 de segunda-feira (6h15 em Brasília). Havia 216 passageiros - 126 homens, 82 mulheres 7 crianças e um bebê, além de 12 tripulantes. "Normalmente são muitos brasileiros. Nesses voos, em média, 50% são brasileiros e 50% estrangeiros", disse Antônio Jorge Assunção, gerente do aeroporto Tom Jobim. O ministro francês Jean-Louis Borloo descartou a hipótese de sequestro aéreo. "É uma horrível tragédia", disse Borloo à rádio France Info. Jean-Christophe Ruffin, embaixador da França no Senegal, disse à emissora francesa iTele que aviões também decolaram do país da África Ocidental para participar das buscas. O controle do tráfego aéreo em Dacar disse que o voo AF 447 não chegou a aparecer nos radares da África. Parentes - A Air France disse que parentes de ocupantes do voo estão sendo levados para uma área especial dos aeroportos Charles de Gaulle e Tom Jobim. No Rio, familiares de passageiros e tripulantes do voo que chegavam ao aeroporto no início da manhã reclamavam da falta de informação. "Liguei cedo para Air France, disse que queria informações. Deixei um telefone e pedi que me ligassem e como não ligaram tive que vir aqui ao aeroporto e me deparei com o balcão vazio", afirmou Bernardo Souza, cujo irmão, Romeu Amorim de Souza, e a cunhada estavam no avião. O último grande incidente envolvendo um avião da Air France ocorreu em julho de 2000, quando um supersônico Concorde caiu sobre prédios logo após decolar de Paris com destino a Nova York, matando seus 109 ocupantes e 4 pessoas no solo. Em agosto de 2005, um Airbus da Air France pegou fogo depois de sair da pista do aeroporto de Toronto (Canadá), num dia de tempestade. Não houve mortos., segundo informações da Agência Estado. Brasil - O Brasil teve dois grandes acidentes aéreos em 2006 e 2007, o que gerou preocupações com a segurança do tráfego aéreo no país. Em julho de 2007, todos os 187 ocupantes e 12 pessoas em terra morreram quando um Airubus A-320 da TAM avançou além da pista do aeroporto paulistano de Congonhas, batendo em um prédio vizinho. Em setembro de 2006, um avião da Gol caiu na Amazônia após ser atingido em pleno voo por um jato particular Legacy. Todos os 154 ocupantes do avião maior morreram. (AE)
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