Em tom de despedida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje o seu pronunciamento de final de ano na rádio e na televisão virar um balanço dos oito anos de mandato, com alfinetadas a antecessores, mensagem de apoio a Dilma Rousseff e as tradicionais doses de ufanismo. "Saio do governo para viver a vida das ruas", disse, numa referência a Getúlio Vargas, que afirmou na carta de testamento sair da vida para entrar na história.
"Homem do povo que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar o meu destino e jamais fugir à luta", continuou o presidente. "Não me perguntem sobre o meu futuro, porque vocês já me deram um grande presente. Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil e acreditem nele, porque temos motivos de sobra para isso".
Lula aproveitou a ocasião para exaltar sua sucessora, observando que é "profundamente simbólico" o fato de a faixa presidencial ser passada do "primeiro operário presidente para as mãos da primeira mulher presidenta". "Tenho certeza de que Dilma será uma presidenta à altura deste novo Brasil, que respeita seu povo e é respeitado pelo mundo". Também pediu que a população a apoiasse, assim como o apoiou "em todos os momentos".
Incansável na crítica aos antecessores, o presidente disse que o seu governo afugentou "a onda de fracasso que pairava sobre o País". "Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande País governassem apenas para um terço da população".
Otimista, afirmou que hoje o brasileiro "acredita mais no seu País e em si mesmo" e que o Brasil tem "um encontro marcado com o sucesso". Ele listou uma série de obras - como as hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte - e até o trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio, projetos que, segundo ele, "estão entre os maiores do mundo e vão mudar o curso da nossa história".
Lula não economizou na citação de números: falou em ganho real do salário mínimo em 67%; disse que a oferta de crédito alcançou 48% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010; celebrou o fato de o Luz Para Todos levar, segundo ele, energia elétrica a 2,6 milhões de pequenas propriedades; comemorou os bilhões de dólares de reservas internacionais; destacou o "crescimento recorde de quase 8%" e a geração de 15 milhões de empregos. O pré-sal foi louvado como "passaporte para o futuro" - e sobrou espaço inclusive para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Zeramos nossa dívida com o Fundo Monetário Internacional e agora é o Brasil que empresta dinheiro ao FMI", observou.
Pobres
"Ao mesmo tempo em que realiza grandes obras, o Brasil, acima de tudo, cuida das pessoas, em especial das pessoas mais pobres", disse. "Se governei bem, foi porque, antes de me sentir um chefe de Estado, me senti sempre um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa". Lula afirmou no encerramento que sua felicidade estará sempre ligada à felicidade "do meu povo".
Em desfecho messiânico, disse que "onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto", "onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível".
"Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa e esta causa se chama Brasil". Apesar dos superlativos e do ufanismo, o bordão "Nunca antes na história deste País..." ficou de fora do pronunciamento do presidente. AE
Lula aproveitou a ocasião para exaltar sua sucessora, observando que é "profundamente simbólico" o fato de a faixa presidencial ser passada do "primeiro operário presidente para as mãos da primeira mulher presidenta". "Tenho certeza de que Dilma será uma presidenta à altura deste novo Brasil, que respeita seu povo e é respeitado pelo mundo". Também pediu que a população a apoiasse, assim como o apoiou "em todos os momentos".
Incansável na crítica aos antecessores, o presidente disse que o seu governo afugentou "a onda de fracasso que pairava sobre o País". "Se governamos bem, foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande País governassem apenas para um terço da população".
Otimista, afirmou que hoje o brasileiro "acredita mais no seu País e em si mesmo" e que o Brasil tem "um encontro marcado com o sucesso". Ele listou uma série de obras - como as hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte - e até o trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio, projetos que, segundo ele, "estão entre os maiores do mundo e vão mudar o curso da nossa história".
Lula não economizou na citação de números: falou em ganho real do salário mínimo em 67%; disse que a oferta de crédito alcançou 48% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010; celebrou o fato de o Luz Para Todos levar, segundo ele, energia elétrica a 2,6 milhões de pequenas propriedades; comemorou os bilhões de dólares de reservas internacionais; destacou o "crescimento recorde de quase 8%" e a geração de 15 milhões de empregos. O pré-sal foi louvado como "passaporte para o futuro" - e sobrou espaço inclusive para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Zeramos nossa dívida com o Fundo Monetário Internacional e agora é o Brasil que empresta dinheiro ao FMI", observou.
Pobres
"Ao mesmo tempo em que realiza grandes obras, o Brasil, acima de tudo, cuida das pessoas, em especial das pessoas mais pobres", disse. "Se governei bem, foi porque, antes de me sentir um chefe de Estado, me senti sempre um chefe de família que sabia das dificuldades dos seus irmãos para colocar comida na mesa". Lula afirmou no encerramento que sua felicidade estará sempre ligada à felicidade "do meu povo".
Em desfecho messiânico, disse que "onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto", "onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível".
"Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias. Mais que nunca, sou um homem de uma só causa e esta causa se chama Brasil". Apesar dos superlativos e do ufanismo, o bordão "Nunca antes na história deste País..." ficou de fora do pronunciamento do presidente. AE
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