Tarso Genro é palestrante no Encontro Brasileiro de Legislativos

O governador Tarso Genro analisou o cenário mundial, nesta quarta-feira (19), durante palestra no evento "O Brasil que saiu das Urnas - Encontro Brasileiro de Legislativos", no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. Segundo o chefe do Executivo, O Rio Grande do Sul está num momento "extraordinariamente positivo" para serem processadas grandes mudanças, a concertação. O ambiente político, formado após as eleições, exige uma abordagem diferente. O Conselho de Desenvolvimento Social "é o palco da concertação" e a metodologia de organização do Conselho "é para não radicalizar conflitos e sim, buscar os pontos comuns e o entendimento político em cima de temas de interesse do Estado". Tarso começou sua análise abordando o cenário mundial nos planos político e econômico. "Tanto as jovens democracias quanto as consolidadas estão hoje em crise em relação à efetividade concreta do estado de direito. Está também em crise a relação Estado-sociedade, o Estado está cada vez mais impermeável e a sociedade cada vez mais afastada do Estado. Já o diálogo Estado-sociedade está em vias de rompimento e no cotidiano das pessoas, a efetividade dos direitos é cada vez mais distante", sublinhou o governador. Por outro lado, assinalou Tarso, "o princípio da igualdade perante a lei vem sendo ameaçado cada vez mais devido à impermeabilidade do Judiciário às questões reais e ao contraste brutal entre riqueza e pobreza". Em sua palestra, assistida por parlamentares, sociólogos, juristas e estudantes, entre outros, Tarso falou de dois marcos, ambos com incidência direta sobre a política atual. O primeiro foi a queda do Muro de Berlim. "Foi um momento de dissolução da ideia do socialismo implementada a partir da ditadura estatal, da ditadura do partido, da visão de socialismo que destruía a sociedade civil. Tudo era estado, não havia crítica, confronto de interesses e oposição. Era o contrário da visão neoliberal do estado mínimo, onde também não há possibilidade de confronto, diálogo, nem de acordo. O Estado fica apenas uma máquina burocrática de reprodução de interesses imediatos de quem tem mais força", disse o governador. O segundo momento foi a quebra do sistema financeiro global e das empresas. "O Estado foi chamado a estatizar, bancar o reerguimento do sistema financeiro global, sem apropriar-se dele. O que se seguiu após o reerguimento é que esse setor continua com o mesmo discurso de antes, pedindo as mesmas reformas de antes para manter os pagamentos de dívidas públicas dos quais esses setores são beneficiários." No caso do RS, "o produto do processo eleitoral foi constituído a partir da chamada para concertação e diálogo, não a partir da radicalização do conflito, muitas vezes artificial." A pauta da concertação, explicou o governador, "implica na constituição de um processo de transparência do Estado e de mecanismos de participação cidadã diretamente reportada ao Estado, onde o cidadão apropria-se da situação real do estado e conheça as atitudes dos governantes, de aproprie dos dados para fazer ". No encerramento da sua exposição, Tarso falou da construção de um plano de desenvolvimento do Estado para combater as desigualdades sociais regionais mantendo, na sua base, a estrutura das cadeias produtivas locais já instaladas. "Pode haver divergências de encaminhamento, mas aquela visão de que a máquina estatal deveria subsidiar a vinda de grandes empresas de fora, está superada", garantiu. "O ponto de partida é a potencialização do existente, dos arranjos produtivos locais, das cadeias produtivas, e das micro, pequenas e grandes empresas em operação no Rio Grande do Sul. Vai continuar a política de atração de investimentos para o RS. "A maior política de atração de investimentos feita no Estado até hoje é o Pólo Naval e o Pré-Sal. "Mas vamos qualificar a rede de infraestrutura do Estado (estradas, saneamento e comunicação) e fortalecer das políticas públicas para a saúde, educação e segurança." Foto: Guerreiro/AgAL
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