VALÉRIA REIS
Radicada na Alemanha, a bailarina Regina Advento é uma das estrelas da Companhia Pina Bausch que se apresentou em Porto Alegre com o espetáculo 'Ten Chi'. Ela mora há 20 anos no exterior, sendo que atua há 17 anos no balé de Pina Bausch, falecida em 2009. Regina foi apelidada pela coreógrafa como 'sol tropical, por sua leveza e brasilidade. A bailarina começou a dançar no Brasil quando integrava o grupo Corpo de Belo Horizonte. Em 1990, fez uma audição no Rio de Janeiro e foi chamada para a Cia de Pina Bausch. Segundo Regina, Pina explorava muito o seu trabalho corporal, exigindo uma interpretação muito visceral, mas sem perder a leveza. Pina Bausch, uma das coreógrafas mais importantes desta geração, era exigente e cobrava o máximo nos detalhes e no que mais os bailarinos poderiam melhorar. Todo o grupo tinha uma relação muita próxima com ela, comentou a bailarina. -Tina fazia um trabalho individual com os bailarinos, mostrando com que o mesmo tivesse um compromisso dessa ligação coreográfica. Ela pode não estar mais aqui, mas todo bailarino tem sua informação. Um contato individual - coisa que só cada bailarino sabia. Esse trabalho conjunto da companhia tem mais força, para fazer que o trabalho do grupo continue com essa integridade artística -, explica. Ainda segundo Regina, Pina tinha a preocupação que buscava sempre em expor o trabalho que refletisse as situações. Os bailarinos expressam que esse legado tem que continuar. É como um dever seguir apresentando esse tesouso deixado por Pina Bausch. O trabalho da coreógrafa resiste ao tempo, mantendo a sua integridade artística. Com a passagem de 40 anos, os bailarinos mostram a mesma coisa de formas diferentes. Cada bailarino da companhia representa uma espécie de 'apóstolo' e tem a consciência de manter viva cada informação repassada individualmente por Pina, para passar os conhecimentos adiante. - Pina iniciava o trabalho e nunca sabíamos como ia terminar. Só sabíamos quando o trabalho estava pronto - descreve a bailarina. Esse olhar de Pina não vamos ter mais. Mas, teremos o próprio olhar individual de cada bailarino em manter vivo o estilo de Pina Bausch. (Valéria Reis). Foto: Divulgação
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