Figura Política da Semana - Uma mulher esquecida






VALÉRIA REIS


Hoje, vou contar para vocês leitores a história de uma personagem esquecida nos registros históricos, mas que agora emerge na construção da história de seu país e fez parte de um acontecimento decisivo para a Itália das últimas décadas. Um momento muito sofrido vivido por uma personagem feminina. Trata-se da primeira mulher de Benito Mussolini- de como ela e o filho foram levados à morte para prejudicar a ascensão do então facista. Ida Dalser viveu num momento decisivo e marcante na história da Itália no século XX. Na época, Benito se tranformou de agitador socialista a ideólogo do facismo. Chegou ao posto de ditador e aliado de Adolf Hitler, chegando à uma inesplicável influência que teve sobre os italianos. Ida Dalser é jovem instruída, dona de um salão de beleza em Trento, no norte da Itália. Em 1909, ela conheceu Benito Mussolini e teria se apaixonado perdidamente. A jovem de cabelos loiro acizentado e olhos azuis, silhueta frágil era o contrário do homem forte, enérgico, bonito, cabelos e olhos negros. Durante o romance, ele se tornou a razão de ser de Ida. Ela vende todos os seus bens para bancar a criação de um jornal 'Il Popolo d'Italia, do então jornalista Benito, que seria uma das armas para sua ascensão ao poder. Ilda descobre que está grávida, quando ele se alista para lutar na I Guerra. Ela sofre com a separação. Tempos depois, ao visitar o marido em um hospital de campanha, começa o pesadelo de Ida Dalser. Antes de partir para o front,  Mussolini casara-se com outra mulher, Rachele Guidi. Ida é mal tratada pelo marido e ai  inicia o calvário e começam a ser apagados os vestígios da vida dela e do filho. Como se descobriu a história desta mulher? Há pouco tempo, o jornalista italiano Marco Zeni desencravou e trouxe à tona os detalhes sórdidos desta parte da história do ditador.  Retornando à visita de Ida no hospital, ela foi tachada de louca e internada em um manicômio. Mesmo assim, ela afirmava ser casada com Mussolini. O filho foi tirado dela e mudaram o sobrenome. Morreu aos 26 anos em um manicômio, onde recebia à força injeções de remédios potentes. Todos os documento de Ida e do filho ficaram no poder da polícia facista. Os dois sempre foram vigiados. Até hoje, a certidão de casamento de Ida com o ditador nunca foi encontrada. Eles se casaram em 1914. Foi a única prova escondida por ela. Uma mulher que foi privada de ser uma pessoa real, se transformando em mito. A mulher esquecida de Benito Mussolini. Fotos: Reprodução/EI (Valéria Reis)   
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