Festival Mundial de Publicidade de Gramado - Brasil na rota das campanhas mundiais

 

 Publicitários defendem que está na hora das agências nacionais produzirem para o mercado global

A pluralidade dentro da equipe de criação, motivada pelo  conhecimento global e a ausência de fronteiras está mudando o universo da propaganda. Hoje o consumidor não é mais fiel a marca, ele está “experimentando” e até mesmo as grandes marcas estão situadas num único universo, sem destaques. Tudo isso faz parte do mercado de hoje que já traça o caminho inverso recebendo publicitários estrangeiros para produzirem campanhas mundiais em solo verde-amarelo. A ideia foi defendida pelos publicitários Guga Ketzer – sócio e vice-presidente de criação da agência Loducca -, e Icaro Dória - diretor de criação da Wieden + Kennedy. Os dois foram palestrantes do painel Ideas made in Brazil, realizada na quinta-feira (1º) à tarde, dentro da programação do 18º Festival Mundial de Publicidade de Gramado, que está sendo realizado no Serra Park. “Está na hora de exportar as nossas ideia, sem sair daqui. Porque eu não posso produzir daqui para o mercado norte-americano ou europeu”, defendeu Guga Ketzer. Ele diz ser o momento é de romper trincheiras e ganhar espaço, encarando os desafios, e produzir. “O poder da ideia vem da leveza e temos de estar bem e motivados para criar. Portanto, vamos quebrar dogmas e paradigmas”, destacou. Icaro Dória, que trabalhou quase uma década fora do país, defende a diversidade, com a troca de experiências com os profissionais que desejam vir para o país. “Trocamos de agências e sempre nos deparamos com ex-colegas que já atuaram conosco em outros locais. Portanto a publicidade no Brasil é feita por um grupo que tem os mesmos referenciais, a mesma origem e a mesma história. Chegou a hora de trazer gente que mude isso e faça o Brasil se comunicar com o mundo”, resumiu.
“A Nova era: envolvimento, colaboração e engajamento”
O último painel da quinta-feira (1º), abordou A Nova era: envolvimento, colaboração e engajamento, com os painelistas: o presidente da LiveAD, Lucas Mello; o sócio Webcitizen, Helder Araújo,  o fundador do BuscaPé, Romero Rodrigues. Para Lucas Mello é essencial uma conexão com as pessoas que defendem a marca, as tendo como aliadas e engajadas na sua campanha. “Temos três segmentações de mídias: as pagas; as ganhas, que são fruto de um trabalho de RP junto a comunicadores e formadores de opinião, e a própria, onde a empresa tem uma plataforma para divulgação de conteúdos. A arte das agências é sincronizar para que a comunicação passe pelas três. As marcas têm de aprender a se relacionar”, sintetizou. Para Helder Araújo o que mudou com a revolução tecnológica das comunicações foi a necessidade de lembrar. “Felizmente a nossa memória é seletiva, gerada em experiências. Hoje precisamos lembrar cada vez menos, uma vez que aparelhos fazem isso por nós”, explicou. Ele lembra que hoje o mundo passa por uma transformação, baseada na eficiência e que a palavra da moda e que será o termo mais usado daqui para frente é “contexto”.Romero Rodrigues, CEO e sócio fundador do site BuscaPé, destacou que as pessoas estão comprando cada vez mais pela internet. “Existe uma voracidade da classe “C” que compara e utiliza a internet para obter informações. Em quatro ou cinco anos as plataformas como Google, facebook e Ipod terão o mesmo número de usuários e o comércio mobile será uma realidade nos negócios”, profetizou. O diretor de Negócios e Produtos da “.Mobi”, João Carvalho diz que o celular está ganhando cada vez mais espaço no mundo da comunicação digital. “Os telefones móveis além de pessoal, tem mais funcionalidade e estão com seus usuários 24h por dia e sete dias por semana. E se o cliente é móvel, a comunicação também deve ser móvel”, relatou.  No encerramento do segundo dia do festival, Dado Schneider, doutor em marketing, explicou que a formação do consumidor do futuro está centrada na geração z, aquela que nasceu neste século cuja orientação é experimentar. “Estamos na transição entre a cultura do século XX que valoriza vínculos sérios e duradouros para aquela de hoje que vira o balde, e mesmo que esteja bem servida, experimenta porque não dá em nada”. Foto: Ivan de Andrade
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