Sem mostrar recibo, Maia diz ter pago voo particular

Sem apresentar nenhum recibo ou comprovante, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou ontem ter quitado a primeira de duas parcelas de um voo particular contratado no dia 20 deste mês. Ele admitiu na sexta-feira ter feito quatro voos em aviões particulares desde abril. Os gastos com estes deslocamentos foram de, no mínimo, R$ 54 mil. Maia garante ter tirado do próprio bolso os recursos.
A revelação de utilização de aviões particulares pelo presidente da Câmara foi feita pelo Estado na sexta-feira passada. O último destes voos foi realizado quando ele usou um avião e um helicóptero da Uniair, empresa de transporte aéreo da Unimed, grupo que atua na área de planos de saúde e possui diversos interesses no Congresso.
Maia saiu de Porto Alegre, foi a Erechim, retornou à capital gaúcha e foi e voltou à cidade de Gramado. O transporte custou cerca de R$ 16 mil. O valor será pago por Maia em duas parcelas de R$ 8 mil, sendo a primeira delas a que ele disse ter quitado ontem.
Além do voo com a Uniair, Maia admitiu ter feito mais três deslocamentos em aviões particulares desde abril. Todos eles teriam sido pagos com seu próprio salário, que é de R$ 26,7 mil brutos. Entre os voos admitidos está um para assistir ao amistoso da seleção brasileira de futebol contra a Holanda em Goiânia.
O presidente da Câmara não apresentou até o momento documentos para comprovar o pagamento dos voos. Ele tem evitado responder a perguntas sobre o tema e sua assessoria também se nega a dar detalhes.
Após conceder uma coletiva falando livremente de projetos que pretende colocar na pauta da Casa, Maia foi econômico ao comentar sobre seus voos. Disse apenas ter pago a primeira parcela e que o cronograma está sendo acertado. O Estado pediu à assessoria de Maia detalhes sobre o pagamento e a divulgação de comprovantes, mas os pedidos não foram atendidos.
Na semana passada, o deputado petista chegou a afirmar que iria pagar as despesas porque “ganha bem”. Além do salário, parlamentares brasileiros possuem verbas indenizatórias que cobrem diversos tipos de despesas, inclusive passagens aéreas.  AE
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