O poder da Classe C é tema de palestra na Federasul




VALÉRIA REIS
  

O cientista social e coordenador do Data Popular, João Paulo Cunha, foi um dos palestrantes do Meeting de Marketing da Federasul nesta terça-feira. Segundo ele, 56% da população da Região Sul do Brasil  compreende a classe C e os jovens estão no centro deste diagnóstico. Disse ainda que a classe C é decisiva no Sul do país, com os jovens tendo esse papel de protagonistas nos últimos oito anos. Cunha explica que 31% da classe C é composta de jovens até 24 anos de idade,  salientando que  os jovens estão se escolarizando mais do que seus pais. - A classe C já tem o mesmo número de jovens na universidade que as classe A e D juntas, ou seja, 53%. São jovens que trabalham e têm a sua renda própria - diz. João Paulo Cunha informou ainda que os jovens da classe C estão ocupando cargos melhores hoje, do que ocupavam em 2002. Ele acrescenta que a cada R$ 100 reais gastos na Região Sul (RS, SC e PR), R$ 43 são provenientes da classe C, sendo a educação um dos principais pontos nesta ascensão, ou seja, 70% dos jovens entre 15 e 24 anos têm o Ensino Médio completo. Já o acesso da classe C à internet é de 47,1% e esta prefere produtos que oferecem a última palavra em tecnologia.  Os jovens da classe C se interessam, a longo prazo, por cursar faculdade, conseguir um bom emprego, melhorar de vida e construir uma família.

O segundo palestrante, Manoel Soares - jornalista de uma rede de TV local e coordenador Estadual da Central Única das Favelas (CUFA) deu uma excelente palestra. Ele disse que faz duplo papel no cenário gaúcho e nacional, como repórter de TV, interagindo com a rede nacional e dando consultorias para estados e países.   Ele disse que hoje o problema é da escola e não dos alunos. Ele explica que os jovens têm internet em casa e chegam na escola sem recursos, sem ter refletido sobre isso. Ele exemplificou: - Uma mãe sonhava em ser igual à patroa dela. Hoje, a mãe sonha em ter as mesmas coisas que a patroa, mas quer manter a sua própria identidade - , frisou. Segundo Manoel, está havendo uma mudança de cultura das pessoas . Ele acredita também, que tem que haver uma mudança de cultura também, no setor privado. - O jovem da classe C não quer ser como o jovem da classe A e B . Ele quer ter as mesmas coisas, mas quer ter sua própria identidade. Ele observa ainda que o marketing deve ser feito por essas pessoas, para que a atinjam. Soares informou ainda que 30% das pessoas que recebiam bolsa família, voluntariamente, decidiram não mais receber. - As pessoas têm que parar de substimar essa ponta que está vindo de lá -, observa.  Manoel Soares conta que levou um estrangeiro para conhecer sua comunidade e se supreendeu em ver a molecada falando em inglês com o entrevistado. - Só a inclusão de consumo não sustenta e não faz o indivíduo ser 'incluído'. É preciso estar atento a isso. Existe uma economia forte, latente e constante que precis se voltar para esta ponta. Também reiterou que o que antigamente era brega, tem outra estética hoje. - Nossa postura de mercado é entender onde estão as emoções e vontades dos interesses da classe C. Estas, vão balizar o resto do Brasil porque estamos na vanguarda -, ressaltou o jornalista.  - Quando o jovem vê que seu dinheiro suado está minguando por decisões mal tomadas, isso vai influir politicamente -, ressaltou, acrescentando que o importante é gerar desenvolvimento humano e social. (Valéria Reis) Foto:Marketing Federasul              
     
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