Acusado de matar Ceci Cunha cita Renan

Durou três horas e meia o depoimento do primeiro dos cinco acusados de participar do assassinato da deputada alagoana Ceci Cunha e de três familiares em 16 de dezembro de 1998, em Maceió. José Alexandre dos Santos, conhecido como José Piaba, alegou inocência, chorou e disse ter sido torturado por policiais federais para confessar o crime. Além disso, disse que os policiais que o torturaram eram "pessoal do (senador) Renan Calheiros (PMDB-AL)". Segundo Santos, ele é amigo de outro acusado de executar o crime, Alécio César Alves Vasco, mas não conhece os outros dois, Jadielson Barbosa da Silva e Mendonça Medeiros da Silva. O acusado alega que estava em outro município - Arapiraca, a 128 quilômetros de Maceió, quando houve o crime. "Eu teria de ser dois para ter participado", diz. Sua confissão de participação na chacina, em depoimento gravado, teria sido fruto de tortura por parte de policiais federais. De acordo com ele, um grupo de agentes o prendeu em Sítio Novo, no Maranhão, onde passeava. De lá, teria sido levado para Imperatriz (MA), a cerca de 120 quilômetros, em uma caminhonete plotada com o logotipo de Ibama. "Eles disseram: 'A gente é pessoal do Renan Calheiros e você está lascado, vai pegar 20 anos de cadeia'", contou o acusado. "Eles me bateram, botaram muita pressão, com armas, metralhadoras. Dei depoimento algemado. Um me batia e dizia 'fala assim, porque a gente tem de incriminar alguém' e 'alguém tem de pagar pelo crime'. Depois, falava 'a gente sabe que você não tem nada a ver, mas tem de acusar os caras'." A defesa do acusado lembrou que Santos foi absolvido da acusação de participação no crime pela Justiça estadual. "Nunca fui condenado por nada, nunca tinha sido preso antes disso", contou. "Sou mototáxi, pai de família, nunca molhei minha mão de sangue." AE
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