Relatórios da Polícia Federal indicam que, menos de uma semana
antes de ser preso pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira, chefe da
máfia dos caça-níqueis de Goiás, entregou 100 000 reais a um assessor
do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Segundo reportagem do
jornal Folha de S. Paulo,
o dinheiro foi recebido pelo policial militar Hrillner Ananias, cedido
pelo governo de Goiás para assessorar Demóstenes a pedido do
parlamentar.
Os relatórios e as escutas telefônicas da PF indicam que o senador
recebeu dinheiro de Cachoeira. Demóstenes é alvo da CPI do Cachoeira, instalação no Congresso na última semana,
de uma investigação da Procuradoria-Geral da República no Supremo
Tribunal Federal e de um processo por quebra de decoro parlamentar no
Conselho de Ética do Senado.
As escutas da PF indicam que Ananias foi à casa de Cachoeira buscar
o montante, entregue pela mulher do empresário, Andressa Mendonça. Nas
gravações, o contraventor pede para Andressa contar o dinheiro na
frente do policial e ela responde que vai dar "em notas de 50".
Em 2009, Hrillner recebeu uma homenagem pública de Demóstenes num
evento chamado "A Favor da Moralidade – contra a Corrupção". Segundo a Folha,
a defesa do senador disse que o parlamentar desconhece as gravações que
envolvem o policial. Andressa afirmou que não se lembra de ter entregue
o dinheiro a Hrillner.
Conselho de Ética - O senador Humberto Costa
(PT-PE), relator do processo contra Demóstenes no Conselho de Ética,
deve apresentar no dia 3 de maio o parecer preliminar sobre o caso. O
petista anunciou que não vai usar provas judiciais que depois podem ser
anuladas. Isso inclui todas as escutas telefônicas, inclusive a que
trata do repasse de 100 000 reais. A defesa de Demóstenes alega que as
interceptações exigiriam autorização do Supremo Tribunal Federal (STF),
o que não houve, e tenta invalidar as provas. O relator está convencido
de que pode defender a cassação do senador goiano sem precisar recorrer
às gravações.
Embora deva ficar de fora da análise formal dos senadores no
Conselho de Ética, a nova denúncia contribui para agravar a situação de
Demóstenes naquele que será um julgamento político. "O clima vai se
tornando mais tenso", avalia o senador Alvaro Dias (PSDB-PR),
integrante do conselho. "A pressão é muito forte e parece que ele vai
ficando sem alternativas". Na visão de Dias, pouco importa se os novos
fatos constarão formalmente no processo de cassação do senador. (Veja). Foto: Randes Nunes/Fotoarena/Folhapress
- Blogger Comment
- Facebook Comment
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários:
Postar um comentário