O principal parlamentar afetado pelas denúncias da Operação Monte Carlo, senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), disse hoje (19) que apoia a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar os escândalos de corrupção e tráfico de influência resultantes da investigação da Polícia Federal.
Demóstenes, que está retornando ao Senado, depois de ficar mais de um mês longe da Casa, falou rapidamente com os jornalistas e disse que sempre foi “coerente”. “Acho que o Congresso Nacional tem razão para criar a CPMI. Respeito a decisão dos colegas e todos têm direito de assinar o requerimento de criação dela”.
O senador goiano foi flagrado em diversas conversas com Carlinhos Cachoeira, que é acusado pela Polícia Federal de ser o controlador da máfia de jogos ilegais em Goiás. Nos telefonemas grampeados, Demóstenes e Cachoeira tratam de numerosos negócios como a relatoria de projetos relacionados aos jogos e a influência no Ministério Público, do qual o senador é membro e seu irmão é chefe em Goiás, para resolver questões de interesse da quadrilha denunciada.
Por causa das denúncias, que também afetam outras autoridades e funcionários públicos, Demóstenes Torres responde a um processo no Conselho de Ética do Senado e uma CPMI foi criada para investigar o caso. Apesar disso, o senador disse hoje que não se sentia constrangido em voltar ao Congresso e participar das atividades parlamentares. “Esta é minha Casa, fui eleito para isso”.
O senador deverá entregar sua defesa ao Conselho de Ética no próximo dia 25. Carlos Cachoeira está preso desde 1º de março e foi transferido ontem do Presídio Federal de Mossoró (RN) para a Penitenciária da Papuda, em Brasília. A CPMI criada hoje de manhã irá investigar a relação de Demóstenes, e o envolvimento de pelo menos cinco deputados federais, funcionários públicos do alto escalão dos governos do Distrito Federal e de Goiás e a construtora Delta com o empresário de jogos ilícitos. ABr
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