Para palestrantes, internet está sob cerco

 

A nossa liberdade na internet está extremamente ameaçada”, afirmou o palestrante João Carlos Caribé, nesta quinta-feira, durante o fisl13. De acordo com ele, o cerco ocorre não apenas por meio de leis ou questões técnicas, mas de governança e até mesmo pela maneira como a rede mundial de computadores é utilizada pela população.

O palestrante chamou atenção no painel “a internet sob cerco e as quatro arenas do debate” para a importância da neutralidade da rede: “há muita gente que fala de neutralidade e não sabe do que está falando”. Explicou que “significa que todos os pacotes de dados são iguais perante à rede, isto e, transitam com a mesma velocidade”.

Caribé apontou como questões de governança regulamentações nacionais e internacionais sobre o assunto. Citou ainda um dado que leu em um artigo que “em 2016, 90% do tráfego na internet vai estar sob o comando de três empresas de telecomunicações”. “A nossa internet vai ser encapada por empresas de telecomunicações”, disse.

Propriedade intelectual
A professora Fátima Conti deu prosseguimento ao painel abordando a questão dos direitos autorais. Defendeu que o
copyrightnão protege o autor, protege quem faz a cópia”. Contou que ele começou no século XVIII como forma de proteger os donos de editoras de livros. “E normalmente pagam uma porcentagem desse tamanhinho assim para o pobre do autor”, falou, ao mesmo tempo em que ergueu a mão e aproximou o dedo indicador do polegar.

“O que eles normalmente fazem? O prolongamento do
copyright, afirmou. Deu como o exemplo o Mickey. “Há uma data (para o personagem estar em domínio público), mas com certeza a Disney vai fazer alguma coisa antes. O cara (Mickey) é de 1928 e ainda não está em domínio público!”, exclamou.

Ela “voltou no tempo” e lembrou a criação da world wide web pelo cientista Tim Berners-Lee para criticar o
copyright: “imagine se o nosso amigo Tim tivesse posto direitos autorais? Vocês conseguem imaginar um mundo sem web?”.

Facebook
O militante do Partido Pirata Leandro Chemalle ponderou que a nova geração tem usado a internet como sinônimo para a rede social de Mark Zuckerberg. “E o Facebook escolhe o que você quer ver de acordo com os algoritmos dele”, observou. Também chamou atenção para o fato de que “o Facebook conseguiu ganhar a simpatia de muitas empresas e instituições”.

Isso contribuiu para o crescimento da rede. “Acho que o Facebook deve ser a palavra mais pronunciada do mundo”, disse. Fátima foi além: ''O Facebook está tão grande que daqui a pouco não vai ter 'o fora do Facebook''', segundo informações da assessoria do evento.  Foto: FISL


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