Alta das commodities e oferta de crédito aquecem as vendas de máquinas agrícolas

  As vendas de máquinas e implementos agrícolas registraram um crescimento na faixa de 10 a 15% no primeiro semestre deste ano comparativamente a igual período de 2011. A informação foi prestada hoje (28) pelo presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA – da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Celso Casale, durante a realização da EXPOINTER 2012, no Parque de Exposições de Esteio (RS). Acrescentou que por enquanto esta tendência de incremento está se consolidando devido aos preços favoráveis das commodities agrícolas no mercado internacional e à disponibilidade de crédito em boas condições em termos de taxas de juros e prazos dos financiamentos. O dirigente manifestou sua expectativa de que os níveis de comercialização de máquinas e implementos continuem em expansão no país porque a agropecuária brasileira carece de ganhos de produtividade para fazer frente à elevação dos custos de produção e também à escassez de mão de obra na atividade rural. Igualmente as vendas durante a EXPOINTER 2012 deverão superar os volumes obtidos na edição do ano passado, enfatizou, porque os produtores da região, motivados pelos bons preços das commodities, esperam recuperar as perdas sofridas na safra passada em consequência da estiagem. O presidente da CSMIA/ABIMAQ manifestou por outro lado sua preocupação com a decisão do governo de ampliar os financiamentos de máquinas e implementos usados, em prazos que variam de sete a dez anos. Além desta política não contribuir para a geração de empregos na indústria do setor, não favorece a elevação da produtividade, por serem obsoletos. Os produtores familiares, que mais adquirem esses equipamentos, terão que arcar com elevados custos para a sua manutenção, o que poderá redundar em inadimplência junto às instituições de crédito. Explicou, ainda, que a indústria de máquinas e implementos agrícolas por enquanto não está sendo muito afetada pelo processo de desindustrialização, embora alguns fabricantes já começam a sofrer com o aumento da concorrência externa. O problema é ocasionado pelo chamado custo Brasil, decorrente da elevada carga tributária incidente ao longo da cadeia produtiva, juntamente com as tarifas da energia e o preço do aço, entre outros fatores. Com isto, já custa 30% a 40% mais caro produzir no Brasil do que na Europa, exemplificou. Uma saída tem sido a importação de componentes e, em casos extremos, a instalação de plantas industriais no exterior. (Todt)

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