Relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Joaquim Barbosa marcou uma viagem para Alemanha no final da próxima semana para se submeter a tratamento de saúde.
A saída de Barbosa do país está sendo interpretada por ministros do Supremo como a data para a conclusão do julgamento do processo que está perto de completar três meses e ainda precisa concluir dois capítulos da denúncia e estabelecer as penas dos réus condenados.
Com problemas crônicos no quadril, o ministro será submetido a um procedimento com médicos alemães, que foi recomendado pela equipe responsável por seu tratamento no Brasil. Ele será atendido na cidade de Dusseldorf.
Segundo o gabinete, ele estará fora do Supremo entre os dias 29 de outubro e 3 de novembro, quando poderiam acontecer duas sessões. Ministros disseram, no entanto, que Barbosa deve viajar no próximo dia 27 (final da semana que vem) e esperam conseguir terminar o julgamento até lá. Joaquim é o futuro presidente do Supremo e toma posse no dia 22 de novembro.
Nas sessões plenárias, o relator costuma fazer um revezamento de cadeiras e passa boa parte das reuniões em pé por conta de dores.
Ao longo do julgamento, os ministros já consideraram culpados 25 dos 37 réus, por crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Entre eles, figuras centrais do esquema, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o empresário Marcos Valério e a dona do Banco Rural, Kátia Rabello.
O Supremo definiu que o mensalão foi o desvio de recursos públicos que misturados a empréstimos fictícios comprou apoio político no Congresso, nos primeiros anos do governo Lula (2003-2010).
Ainda precisa ser analisada a denúncia de lavagem de dinheiro contra os ex-deputados petistas João Magno (MG) e Paulo Rocha (PA) e o ex-ministro Anderson Adauto. Os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto precisam apresentar seus votos sobre esses casos, etapa prevista para a sessão de amanhã.
Na sequência, Barbosa deve começar a última fatia que trata da acusação de formação de quadrilha contra 13 réus dos núcleos políticos, financeiro e publicitário. O relator prevê gastar uma sessão para analisar o caso. O revisor, Ricardo Lewandowski, disse que seu voto sobre o tema "será rápido", menos de uma sessão. (Folha S. Paulo)
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