Os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama e o
ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, vão se enfrentar em Miami no último
debate antes das eleições, que ocorrem no dia 6 de novembro. O tema será a
política externa americana. Obama e Romney chegam ao debate praticamente
empatados nas pesquisas de opinião. Ambos divergem sobre os principais assuntos
em discussão hoje (22) à noite.
A pesquisa mais recente, elaborada em conjunto pelo Wall Street
Journal e pela rede de TV NBC, mostra os candidatos empatados. Ambos
aparecem com 47% das intenções de voto. O empate é interpretado como a
confirmação de que Romney conseguiu eliminar a vantagem de Obama após ter se
mantido por 12 meses atrás do presidente em pesquisas semelhantes.
O ex-governador tem ligeira vantagem sobre o presidente, segundo pesquisa da
rede de TV CNN publicada na semana passada. De acordo com a CNN, Romney aparece
com 48% das intenções de voto contra 47% do presidente, o que caracteriza empate
técnico.
A mesma pesquisa aponta vantagem do presidente em relação à política externa,
tema do último debate. Para 49% dos consultados pela emissora, o presidente
Obama é o mais indicado para conduzir a política externa americana, dois pontos
percentuais à frente de Romney.
Em relação a questões como o programa nuclear do Irã, a ameaça de
desenvolvimento de uma arma atômica, a possibilidade de guerra e as especulações
sobre um ataque unilateral por parte de Israel, Obama e Romney já se
manifestaram várias vezes.
Para Obama, o diálogo deve ser mantido com todos os líderes políticos, mesmo
aqueles, como no caso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadijenad, que são
críticos dos Estados Unidos. "Países e presidentes fortes dialogam com seus
adversários", disse ele, que defende uma solução negociada por meio da
diplomacia e da imposições de sanções.
Romney tem posição distinta. “Se vocês me elegerem como próximo presidente,
eles não terão uma arma nuclear", disse, referindo-se às suspeitas em relação ao
Irã de desenvolver programa que leve à produção de armas nucleares. Ele rejeita
qualquer tentativa de convencimento por meio da diplomacia, mas prefere elevar o
tom por meio da aplicação de mais sanções. Para Romney, uma ação militar pode
funcionar no embate com o Irã.
Em relação à questão Israel e Palestina, Obama disse que seu compromisso com
a segurança de Israel não pode vacilar, nem a busca pela paz. Para Romney, o
impasse é assim definido: "A chave para uma negociação de paz duradoura é Israel
saber que estará seguro".
Ao comentar questões como os efeitos da Primavera Árabe, o conflito civil na
Síria e o filme anti-Islã que desencadeou uma série de protestos violentos na
região contra as representações diplomáticas americanas, ambos também
divergem.
"América e Islã não são excludentes e não precisam estar em lados opostos",
disse Obama. Segundo Romney, sua administração vai se esforçar para garantir que
"a Primavera Árabe não seja seguida por um Inverno Árabe".
Em relação à Rússia, governada pela terceira vez por Vladimir Putin, Obama e
Ronmey também pensam de forma distinta. "A Rússia não é nosso inimigo número um,
a não ser que você ainda viva na Guerra Fria", disse Obama. "A Rússia é, sem
dúvida, nosso inimigo geopolítico número um. Eles lutam por todas as piores
causas do mundo", disse Ronmey.
O embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba também divide os dois
candidatos. "A América Latina é uma região em movimento, orgulhosa de seu
progresso e pronta para assumir um papel maior nos assuntos mundiais. É mais
importante do que nunca para a prosperidade e segurança dos Estados Unidos”,
disse Obama, evitando polemizar.
Ronmey tem um discurso que estimula ainda mais as divergências com o regime
de Cuba. "Vou lançar uma campanha para incentivar a oportunidade econômica na
América Latina e ressaltar o contraste entre os benefícios da democracia, do
livre comércio e da livre iniciativa e a falência moral e material dos modelos
venezuelano e cubano", acrescentou. BBC Brasil
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