A presidente Dilma Rousseff disse hoje (27) que está fazendo “o
possível e o impossível” para que o crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) no próximo ano seja o maior possível. Para ela, a retomada da
economia mundial, principalmente dos Estados Unidos e da China, deve
beneficiar o Brasil. Dilma disse ainda que não pretende fazer mudanças
no comando do Ministério da Fazenda. “O Mantega [Guido Mantega] não tem a
menor hipótese de sair do meu governo, a não ser que queira”.
“O ano de 2013 terá um ambiente melhor, que também vai ser propício
ao Brasil. Mas nós somos uma economia que pode caminhar pelos seus pés”,
disse a presidenta, durante café da manhã com jornalistas. “O Brasil
tem que ter crescimento sustentável e contínuo, com grau de sustentação
muito alto. Este foi o ano de buscar a competitividade. É algo que
teremos que fazer permanentemente a partir de agora, mas a partida foi
dada neste ano”, acrescentou.
Entre as medidas que levaram a essas condições, Dilma listou a redução
de juros, a taxa de câmbio “mais realista” e investimentos pesados em
infraestrutura. No entanto, cobrou veementemente a redução de impostos e
mudanças na estrutura tributária, que, segundo ela, tem que ser mais
racional.
“O Brasil precisa reduzir impostos. Quando diminui a carga de juros,
possibilita reduzir impostos. O Brasil precisa de uma mudança na sua
estrutura tributária. Não falo em reforma, porque é mais fácil criar um
mosaico do que fazê-la abruptamente. O Brasil precisa de uma estrutura
tributária mais racional”.
Perguntada sobre interferência no setor privado, a presidenta foi
enfática ao responder que agiu para garantir condições de empréstimos de
longo prazo para investimentos. “Ninguém investe com financiamento de
sete anos. Interferi sim para ter financiamento de 20, 30 anos e brigo
ainda. Sou umas das pessoas mais preocupadas com financiamento a longo
prazo".
Dilma defendeu a criação de outras formas de financiamento a longo
prazo no país, como fundos que aceitem debêntures como ações, e a maior
participação de bancos privados no setor. “Precisamos que bancos
privados participem do financiamentos, e não apenas o BNDES [Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]. Hoje tudo recai sobre o
BNDES e não pode ser assim. O setor privado vai dar musculatura”,
ponderou.
A presidente evitou comentar a expectativa de novas quedas na taxa
de juros ou outros indicadores econômicos. “Não me manifesto sobre juros
e câmbio”. ABr
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