No evento, Lula disse que compreende o "jogo" da oposição e que seus adversários não perceberam "a construção" promovida por ele em oito anos de mandato, como a ampliação do acesso a universidades e escolas técnicas pelo governo federal. Lula avisou também que a partir de 2013 voltará a viajar pelo País para ajudar a eleger mais governadores e mais prefeitos alinhados com seu projeto. "No ano que vem, para a alegria de muitos e a tristeza de outros, seguirei andando por este País", afirmou.
O petista ainda mandou um recado para seus opositores. "Só existe uma possibilidade deles me derrotarem: é trabalhar mais do que eu. Mas se ficar um vagabundo em sala com ar condicionado falando mal de mim vai perder", finalizou o ex-presidente para uma plateia de sindicalistas e militantes do PT e de movimentos sociais.
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O evento, que marcou a posse do novo presidente do sindicato, Rafael Marques, virou um ato de desagravo a Lula. Faixas foram espalhadas pelo local com os dizeres: "Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo". Nos discursos, as lideranças fizeram questão de manifestar solidariedade ao ex-presidente e destacar a sua importância para a história política brasileira e internacional.
Alguns, como Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, sugeriu que em 2013 se discuta o papel dos meios de comunicação e do poder judiciário brasileiro. "É preciso colocar em pauta e fazer uma luta de massa", propôs. "Tentaram tirar a luta do plano político para levar para o plano jurídico. Tentaram criminalizar os movimentos sociais, mas não vão conseguir", emendou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo. Já a diretora executiva do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Ana Alice Carvalho, saiu em defesa do ex-presidente Lula. "Não admitimos o que estão fazendo com você (Lula)", afirmou, em referência ao novo depoimento do empresário Marcos Valério ao Ministério Público Federal em que afirmou que o esquema do Mensalão teria bancado despesas pessoais do ex-presidente.
Crise
Aos sindicalistas, Lula afirmou que não há motivo para o Brasil temer uma crise econômica. "Um País que tem o que nós temos não tem porque ter medo do futuro." Segundo Lula, a presidente Dilma e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "têm clareza, têm consciência e sabem o que o Brasil precisa" para crescer.
Ele também rebateu os críticos que dizem que a crise que atinge outros países vai chegar ao Brasil. Lula afirmou ainda que, se os atuais parceiros comerciais do Brasil vivem um momento difícil e não podem continuar comprando como faziam antigamente, é preciso buscar novos parceiros comerciais. "Vai ficar perdendo tempo com quem não tem dinheiro?", ironizou.
Lula enalteceu os seus feitos no governo federal, entre eles o estímulo ao consumo durante a crise de 2008 e a retirada de milhões de brasileiros da miséria. "Não me peça para gostar de miséria, porque eu não gosto", disse o ex-presidente, que criticou as pessoas que afirmam que preferiam o Lula de antigamente, que andava de macacão nas fábricas. "Vai se ferrar, vai você andar de macacão", disse.
Sobre futebol, o ex-presidente não perdeu a chance de falar sobre a conquista do bicampeonato mundial do Corinthians. Lula se disse orgulhoso da postura que o time adotou contra o Chelsea, de não se intimidar diante de um time milionário. "Poucas vezes eu vi um time entrar de cabeça erguida, diferente do Santos, que foi orientado a entrar de cabeça baixa", comparou Lula, se referindo à disputa do mundial de 2011 entre o Santos e o Barcelona. AE
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