O diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, se reuniu nesta
quarta-feira com os invasores da entidade e disse aos jornalistas que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou "chateado" com a ação dos
sem-terra. "Relatei o movimento e ele ficou chateado porque o pessoal
invadiu e ele teve de mudar a agenda, mas faz parte", disse Okamotto.
Segundo ele, Lula viria para ao escritório nesta quarta-feira, mas
decidiu viajar para lugar não divulgado. Okamotto ressaltou que o grupo
tem a solidariedade do ex-presidente, mas que ele, Okamotto, não
concorda com o método dos invasores. "Eles têm a solidariedade do
presidente Lula para resolver o problema do assentamento e de todos nós.
O que eu não posso concordar é com os métodos que eles estão usando. Eu
acho que é inadequado, não pediram sequer uma audiência. Nunca pediam
apoio", reclamou o diretor-presidente do Instituto Lula.
Okamotto afirmou ainda que tudo o que a entidade poderia fazer pelos
invasores, além de oferecer "café e água", já foi feito. "Mais do que
isso é dizer que o movimento deles está certo, mas que a forma não me
parece muito correta."
Ele transmitiu aos sem-terra a disposição da presidência do Incra em
recebê-los, desde que eles deixem o Instituto Lula e a sede do Incra em
São Paulo. "Por enquanto, estão como nossos convidados aí, mas não podem
ser convidados eternos, têm de achar uma solução", disse o
diretor-presidente descartando uma medida judicial para a retirada dos
invasores neste momento. "A partir de agora é a relação deles com o
governo. O nosso papel é só levar os fatos que ocorreram para ver se as
autoridades tomam alguma providência", completou.
De acordo com Okamotto, que teve o consentimento dos invasores para
entrar no prédio, as instalações estão preservadas. Com essa ação, ele
já avisou que pretende mudar os procedimentos de segurança do Instituto
Lula para evitar ações semelhantes. "Certamente algumas rotinas terão de
ser alteradas."AE
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