O Ministério Público do Rio Grande do Sul instaurou inquérito civil público para apurar as irregularidades na Boate Kiss, onde um incêndio matou mais de 230 pessoas na madrugada do último domingo (27).
O inquérito, instaurado ontem (29), pretende apurar responsabilidades cíveis, independentemente da área criminal. “A instauração do inquérito civil nos permite requisitar documentos e produzir provas para apurar esse tipo de responsabilidade”, disse o promotor César Carlan.“Estamos, neste momento, acompanhando o trabalho da polícia, onde os elementos de prova produzidos serão úteis para a nossa investigação”.
Na área criminal, o delegado regional da Polícia Civil, Marcelo Arigony, que coordena as investigações do incêndio da boate, disse já ter certeza de que o funcionamento do estabelecimento era irregular. De acordo com ele, uma série de circunstâncias possibilitaria “até a uma criança” concluir que a casa não deveria estar funcionando.
Arigony disse ainda que, segundo sugerem as investigações iniciais, houve irregularidades nos extintores, na iluminação do banheiro, na largura da porta, na disposição da casa e na lotação do estabelecimento. “Por que eu tenho certeza de que alguma irregularidade havia? Porque, se uma dessas circunstâncias se confirmar, já se comprovaria [a irregularidade]”, disse. ABr
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