O congelamento de preços no comércio da Argentina até 1º de abril
intensificou a sensação de incerteza e desconfiança em relação aos rumos
da economia. Ontem (6), dez das principais redes de eletrodomésticos e
de eletrônicos da Argentina veicularam anúncios nos jornais informando
que seus preços estão congelados.
Segundo nota das lojas, a decisão foi tomada após o fechamento de um
acordo com a Secretaria de Comércio Interior. Os empresários das dez
lojas seguiram os donos de supermercados, que anteontem (5) adotaram o
congelamento.
Autoridades da área econômica não deram mais detalhes sobre a
medida. A subsecretária de Defesa do Consumidor, María Lucila Colombo,
disse que o congelamento foi adotado para servir à economia familiar.
“Não é uma política de preços máximos e mínimos. É um acordo de preços
para cuidar da economia da família”.
O acordo do governo com os donos de supermercados foi firmado depois
que o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu as autoridades
argentinas sobre os dados estatísticos relativos à economia. O FMI pediu
que a Argentina "adote medidas de correção diante da falta de precisão
de seu Índice de Preços e dados do Produto Interno Bruto (PIB) até o dia
29 de setembro de 2013".
Caso não siga a recomendação do órgão, a Argentina pode
eventualmente ser expulsa do FMI. O ministro da Economia, Hernán
Lorenzino, criticou as "receitas" do FMI e informou que um novo índice
de inflação deverá ser lançado este ano. A reação do fundo também foi
rejeitada pela presidenta Cristina Kirchner que, na rede social Twitter,
reprovou a cobrança.
No fim de janeiro, a presidenta criticou empresários que ajustaram
preços nos balneários argentinos para a temporada de verão. Na ocasião, a
crítica foi interpretada como uma "forma de reconhecer" que a inflação
também "preocupa" o governo.
"É preciso começar a usar o poder de usuários e de consumidores.
Querem me cobrar este preço? Não compro. É o consumidor, o usuário que
tem que defender seus direitos", disse Cristina Kirchner há dez dias. ABr
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