Roma - As projeções da contagem inicial de votos na
eleição da Itália nesta segunda-feira Horário local) mostraram a
centro-direita de Silvio Berlusconi um pouco à frente no Senado, um
resultado que poderia causar profunda instabilidade no governo se for
confirmado.
As projeções nos canais de televisão RAI, Sky, Mediaset
e LA 7 eram o contrário das previsões anteriores de pesquisas
telefônicas que mostraram que a centro-esquerda assumiria liderança
forte em ambas as casas do Parlamento.
A mudança nas projeções teve um impacto imediato sobre
os mercados, que subiram mais cedo na esperança de um governo forte e
estável liderado pela centro-esquerda.
Esse governo, provavelmente apoiado pelo
primeiro-ministro tecnocrata de saída, Mario Monti, é visto como a
melhor garantia de medidas para combater uma recessão profunda e o
crescimento estagnado.
O objetivo de Berlusconi é ganhar poder suficiente no
Senado para paralisar um governo liderado pela centro-esquerda.
As pesquisas telefônicas iniciais nos canais Sky e Rai,
após a votação terminar às 11h (horário de Brasília), mostraram que a
centro-esquerda de Pier Luigi Bersani estava 5 a 6 pontos à frente da
centro-direita no Senado e na Câmara, com o movimento anti-governo do
comediante genovês Beppe Grillo em terceiro lugar.
Mas as projeções iniciais no canal RAI, com base em uma
pequena amostra do eleitorado de 47 milhões, mostraram a coalizão de
Berlusconi, que inclui a federalista Liga Norte, à frente de Bersani no
Senado por pouco mais de 2 pontos percentuais. As projeções ainda
colocavam Grillo em terceiro.
As leis eleitorais da Itália garantem uma forte maioria
na Câmara ao partido ou coalizão que ganhar a maior parte dos votos
nacionais.
Mas no Senado, eleito em um modelo de região por
região, é mais complicado e o resultado definido em quatro regiões
importantes. Projeções do LA 7 mostraram Berlusconi vencendo em três
delas: Lombardia, Sicília e Campania.
A projeção da RAI mostrou Berlusconi fortemente à
frente na rica região da Lombardia, com 31,6 por cento contra 29,4 por
cento para a centro-esquerda, com Grillo em 24,9 por cento.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, é fundamental para a estabilidade da união monetária.
Uma campanha amarga, disputada principalmente sobre
questões econômicas, foi acompanhada de perto pelos mercados
financeiros, preocupados com o risco de um retorno do tipo de crise da
dívida que levou a zona do euro para perto do desastre e levou o
tecnocrata Monti ao cargo, substituindo Berlusconi, em 2011.
Monti ajudou a salvar a Itália de uma crise da dívida
quando os custos de empréstimos de Roma saíram do controle, mas as
pesquisas e projeções sugerem que poucos italianos agora o veem como o
salvador do país, em sua maior recessão em 20 anos. (Reuters)
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