Crise cambial na Argentina se intensifica

Medidas anunciadas no início da semana pelo governo da presidenta Cristina Kirchner sacodem o mercado cambial argentino. As medidas aumentam as taxas para gastos com cartão de crédito no exterior e outros itens do setor de turismo, como pacotes de viagens.
Desde o anúncio das medidas, na segunda-feira (18), a cotação do dólar voltou a registrar volatilidade no mercado paralelo. A moeda norte-americana superou a barreira dos 8 pesos na última quarta-feira e ontem (21), apesar da leve queda, fechou cotada a 8,45 pesos – diferença acima de 60% para a cotação oficial, de 5,1 pesos.
Analistas econômicos atribuíram ainda à nova onda de nervosismo fatos como a reunião de emergência, convocada pela presidenta com seus assessores econômicos na quarta-feira, na residência presidencial de Olivos.
A iniciativa foi considerada pouco comum na agenda presidencial e gerou uma série de boatos na imprensa sobre mudanças na política cambial e substituição da presidenta do Banco Central, Mercedes Marcó del Pont.
Desde que o governo implementou o controle cambial, há 17 meses, no fim de 2011, o dólar ganhou diferentes denominações e cotações na Argentina.
A espiral na cotação da moeda norte-americana no paralelo voltou a ser tema de debates nas principais emissoras de rádio e de televisão do país. O dólar é usado com frequência, por exemplo, na compra e venda de imóveis – setor que registrou forte queda desde o controle cambiário, de acordo com dados das câmaras imobiliárias.
Assim como ocorre com o dólar, o real também tem câmbio paralelo no país. A cotação oficial está em torno dos 2 pesos, já a paralela pode superar, dependendo do dia, a barreira dos 4 pesos. BBC/ABr
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