A presidente Dilma Rousseff seguiu o conselho de seu antecessor e
padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, e iniciou um processo de
reaproximação com as centrais sindicais. A agenda presidencial evidencia
a nova estratégia: após dois anos sem muito espaço para reuniões com
sindicalistas, Dilma tem tido agora uma série de encontros do gênero.
Só na semana passada, recebeu dois presidente de centrais sindicais -
Vagner Freitas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e Ricardo
Patah, da União Geral dos Trabalhadores (UGT). No dia 12 ela deve
participar da inauguração da nova sede do Sindicato dos Comerciários de
São Paulo, filiado à UGT e representante de um setor com cerca de 400
mil trabalhadores. A data foi acertada diretamente entre o Planalto e os
organizadores.
Paralelamente, o Planalto está reunindo ministros de diferentes áreas
para analisar as principais reivindicações dos trabalhadores e
verificar quais podem ser atendidas a curto prazo. De acordo com alguns
líderes sindicais, o governo corre para fazer o anúncio de alguma “boa
novidade” até o Dia do Trabalho, comemorado em 1.º de maio.
Filiado ao DEM, o presidente da UGT, Ricardo Patah, sempre integrou o
coro dos que criticavam o distanciamento entre Dilma e as centrais. Na
quinta-feira passada (28), porém, ao deixar o Planalto, a opinião dele
já era outra. Saiu “encantando” com as atenções que ele e seus
acompanhantes, entre os quais quatro deputados ligados à central,
receberam da presidente.
Além de tentar se reaproximar dos sindicalistas, Dilma mudou a
atitude com outros setores também. Passou a receber mais empresários,
além de ter estreitado relações com o MST, outro histórico aliado do PT,
ao visitar neste ano um assentamento rural ligado à organização. AE
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