O governo precisa ter mais iniciativas para alavancar o crescimento da
economia, mas as medidas tomadas em 2011 e 2012 ainda surtirão efeito na
atividade do País este ano. A avaliação é do ministro da Fazenda, Guido
Mantega. "As ações já tomadas levaram mais tempo para fazer efeito
devido à crise internacional em 2012", disse em entrevista a jornalistas
nesta sexta-feira para comentar os dados do Produto Interno Brasileiro
(PIB), divulgados mais cedo.
Segundo o ministro, o País teve mais dificuldades em exportar no ano
passado. "Porém, para 2013, o cenário internacional é mais benigno. A
economia mundial deverá crescer mais e devemos ter mais mercados para a
indústria brasileira exportar", completou.
Ele reconheceu que o crescimento de apenas 0,9% do PIB em 2012 foi
abaixo das expectativas da equipe econômica, mas lembrou que a
trajetória da atividade econômica nos últimos trimestres foi de
aceleração. Entre as medidas adotadas nos anos anteriores que têm
potencial para surtir mais efeito na economia em 2013, Mantega destacou a
desoneração da folha de pagamento, a queda das taxas de juros, a
redução de tributos e a diminuição do custo da energia elétrica. "A taxa
de juro só chegou em 7,25% ao ano em outubro do ano passado. Sabemos
que o efeito dessa redução dos juros demora alguns meses pra acontecer",
frisou.
O ministro citou ainda o lançamento de um extenso programa de
concessões nas áreas de infraestrutura - portos, aeroportos, ferrovias e
rodovias -, destacando que esses investimentos devem começar este ano e
se intensificar no próximo. "Lançamos um dos maiores programa de
concessões do País. Em 2014 todos estarão em plena atividade,
dinamizando a economia."
Mantega voltou a dizer que as medidas de redução do custo da energia
elétrica respeitaram as regras e contratos do setor. "Não houve medida
excepcional e isso deverá favorecer muito a economia brasileira. A
família brasileira começou 2013 pagando uma tarifa menor de
eletricidade."
o governo está detectando o aumento do investimento no Brasil, com
crescimento da venda de caminhões, de bens de capital e do desempenho do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está,
na visão de Mantega, "trabalhando a todo vapor". Ele lembrou que os
desembolsos do banco de fomento em janeiro e fevereiro foram elevados,
mostrando uma trajetória elevada para os investimentos.
Ele relatou ainda que o governo prepara regras para que os bancos
privados possam participar mais dos investimentos e venham se juntar às
instituições financeiras públicas para haver um volume de investimento
maior no País. "E está acontecendo", afirmou. AE
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