O contato entre o deputado e Scamatti foi interceptado pela PF no dia 12 de março, às 12h51. “(o governador) Chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós, se você puder vir e, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu tô precisando resolver com ele aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?”
Parlamentares
Loubet é um dos deputados federais do PT e do PSDB citados na investigação que desarticulou a “Máfia do Asfalto”, instalada em gestões municipais. São apontados Cândido Vaccarezza e José Mentor, ambos petistas por São Paulo, e Edson Aparecido (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Ao fazer o apelo “desesperado” a Scamatti, o petista Loubet diz: “Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá... já venho empurrando, empurrando”. O empreiteiro responde secamente: “Pode deixar”.
Em ligação de 19 de fevereiro, às 12h17, o deputado e Scamatti falam sobre “liberação do transporte de asfalto”. O petista diz que “vai estar amanhã com o ‘cara’” e pergunta ao dono da Demop se “tem alguma coisa que ele (Scamatti) queira que veja com ‘ele’”. Cauteloso, Loubet não cita nomes. O empreiteiro responde que “precisa ver aquele negócio do processo lá que não anda, está travado com o pessoal dele”. O petista diz “pra deixar que vai dar uma chorada pra ele amanhã”.
Por meio de sua assessoria, o deputado disse que “é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação”. Ele admitiu que conhece o empreiteiro, mas afirmou que “não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele”. Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, do Mato Grosso do Sul. “Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti.” AE
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