Estado I
Em janeiro, o fogo provocado por uma faísca liberada por artefato
pirotécnico durante show da banda Gurizada Fandangueira, em contato com a
espuma do revestimento acústico da boate, liberou gases tóxicos que
asfixiaram as vítimas, segundo inquérito concluído pela Polícia Civil do
Estado. Os qualificadores do homicídio, segundo o promotor Joel Dutra, são
uso de meio cruel (asfixia) e motivo torpe (arrecadação). A promotoria
argumenta que os donos e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira
agora denunciados abriram mão de medidas de segurança visando maior
lucro.Também foram denunciados outras quatro pessoas, mas por crimes
praticados durante a investigação. Os bombeiros Gerson da Rosa Pereira e
Renan Severo Berleze foram denunciados por fraude processual. A
promotoria alega que ambos incluíram depoimentos sobre o alvará de
funcionamento da Kiss na pasta das investigações. Elton Cristiano Uroda (ex-sócio da boate) e o contador Volmir Astor
Panzer foram denunciados por falso testemunho. De todos os denunciados,
Volmir é o único que não constava como indiciado no inquérito da Polícia
Civil. No total, o MP denunciou oito pessoas no caso. Antes de anunciar os nomes, o promotor David Medina havia explicado
as razões que levaram o MP a considerar o caso dos donos da boate e dos
integrantes da banda como homicídio com dolo eventual. "Havia uso de
fogo num local completamente inadequado para o uso de fogo. Qualquer
tipo de chama ali lançado era por si só um risco. Havia uma espuma
altamente inflamável utilizada no revestimento", disse. "Havia mais: a
Kiss era um verdadeiro labirinto. Estava superlotada, não tinha
indicação adequada da saída".
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