Pouco antes de embarcar para Brasília, para um encontro com o
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o presidente da
Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), voltou a
criticar duramente o STF nesta segunda-feira, durante a realização do
12º Fórum de Comandatuba, um dos principais eventos empresariais do
País, realizado no litoral sul da Bahia.
Alves qualificou a liminar concedida por Mendes para barrar a
votação, no Senado, do projeto que inibe a criação de partidos
políticos, como "um estresse desnecessário, equivocado, absurdo,
inaceitável e impensável do Poder Judiciário com o Poder Legislativo". O
ato foi interpretado por deputados e senadores como uma retaliação à
votação da PEC 33, que propõe a análise, pelo Congresso, de decisões do
Supremo.
"Seria uma absoluta irresponsabilidade se pensar em qualquer
conflito, qualquer confronto, entre dois poderes que são pilares da
democracia e da cidadania brasileira", avaliou. "Estou saindo daqui,
junto com o (presidente do Senado) Renan Calheiros (PMDB-AL), direto
para um encontro com o ministro para deixar claro o que consideramos
nosso dever constitucional, que queremos que seja respeitado."
Também presente ao evento, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT),
fez um apelo para que deputados e senadores presentes tentassem buscar o
diálogo. "Depois de 28 anos de democracia ininterrupta no País, acho
que conflito de poderes não é um bom caminho", argumentou. "A gente
devia buscar, todo mundo, esconder a faca e atiçar o argumento. Esse
ambiente de Congresso versus Supremo não é bom." AE
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