Em visita à Espanha, o presidente do Paraguai, Federico Franco,
reclamou hoje (2) do isolamento dos paraguaios devido à suspensão do
Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Franco se queixou
também do tratamento, que considera diferenciado, entre Paraguai e
Venezuela. O Paraguai está suspenso do Mercosul e da Unasul há mais de
nove meses.
De acordo com Franco, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
foi reconhecido como legítimo logo após a morte do presidente Hugo
Chávez, em 5 de março. Já seu governo não é considerado legítimo e sofre
restrições desde o impeachment do então presidente Fernando Lugo, em
junho de 2012.
“Eu expliquei [em entrevista concedida à emissora pública estatal] para
toda a Europa que o meu governo é 100% legítimo e constitucional”,
disse Franco. “O Paraguai foi isolado por questões ideológicos por um
grupo de países.”
Em junho de 2012, o Mercosul e a Unasul aprovaram a suspensão
temporária do Paraguai por discordar da forma como foi conduzido o
processo de impeachment de Lugo. Para os líderes da região, foi rompida a
ordem democrática no Paraguai. A suspensão ainda está em validade.
Desde então, Franco, que era o vice-presidente da República do Paraguai,
assumiu o poder.
No próximo dia 21, os paraguaios irão às urnas para escolher o novo
presidente da República. Há 11 candidatos disputando as eleições. Em
entrevista à TVE, emissora pública da Espanha, Franco disse que
seu governo é legítimo porque a Constituição determina que o
vice-presidente da República substitua o presidente em caso de
impedimento.
“É uma questão ideológica. Estou disposto a responder todas as
perguntas que possam surgir. Quero reafirmar que a situação atual é
absolutamente constitucional”, ressaltou o presidente do Paraguai, que
informou estar na Espanha para “seduzir” os espanhóis pelos negócios
paraguaios. TVE/ABr
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