Os eleitores das cidades de Cananeia e General Salgado, em São
Paulo; Primavera e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Simões, no
Piauí, voltam às urnas, no próximo domingo (2). Nessas localidades,
mais de 67,8 mil eleitores terão de escolher, novamente, os mandatários
municipais porque os prefeitos eleitos tiveram a candidatura impugnada
por força da Lei da Ficha Limpa ou foram cassados por abuso do poder
econômico e compra de votos.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), neste ano já
ocorreram novas eleições em 27 cidades de 11 estados. Em mais 13
municípios, haverá pleitos nos meses de julho e agosto.
Em General Salgado, no noroeste de São Paulo, são 8.476 votantes e
quatro candidatos: Adriano Eugênio Barbosa (PSDB), Emanuel Ribeiro
Dezidério (PRB), Leandro Rogério de Oliveira (PR) e Luciana Dias
Rodrigues (PPS).
Nesse município, o motivo da nova escolha é porque o prefeito
eleito, David José Martins Rodrigues (DEM), disputou o pleito, em
outubro do ano passado, enquanto aguardava julgamento de ação movida com
base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010), cujo recurso
interposto pelo candidato foi negado.
Pela mesma razão é que vai ocorrer nova eleição em Cananeia. O
prefeito eleito, Adriano Cesar Dias (PSDB), teve o mandato cassado por
responder a processo administrativo que levou à sua demissão do serviço
público. Nessa cidade do litoral sul paulista, 10.237 eleitores terão
três opções de escolha: Claúdia Terezinha Santos Araújo dos Santos
Oliveira Rosa (PSD); Pedro Ferreira Dias Filho, o Pedrinho (PV); e
Robson da Silva Leonel (PT).
No município pernambucano de Primavera, o prefeito eleito em
outubro, Rômulo César Peixoto (PRTB), teve deixar o cargo sob acusação
de ter sido beneficiado com a compra de votos. O segundo colocado,
Jadeíldo Gouveia (PR), chegou a ser empossado, mas também foi impedido
de assumir o cargo por estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Os 10.238 eleitores de Primavera poderão votar em um dos quatro
candidatos: Fernando Antônio Feitosa Cavalcanti, o Fernando Dentista
(PDT); Tânia Maria Dória de Souza Santos Barros, a Dra. Tânia (PSC);
Jadeíldo Gouveia da Silva, o Galego do Gás (PR); e Severina Moura
Batista Peixoto, a Naza Pão com Ovo (PRTB).
Já em Santa Maria da Boa Vista, o candidato eleito, Jetro Gomes
(PSB), nem chegou a tomar posse, ante processo em que foi acusado de
abuso do poder econômico e político e da rejeição de contas públicas. Os
27.274 eleitores dessa cidade pernambucana também contam no novo pleito
com quatro candidatos: Antônio Pereira de Souza (PV), Eliane Rodrigues
da Costa Gomes (PSL), Jetro do Nascimento Gomes (PSB) e Paulo Jorge da
Silva Pontes (PRP).
Na cidade de Simões, no Piauí, localizada 417 quilômetros ao sul de
Teresina, os 11.498 eleitores terão como candidatos a prefeito Maria
Adelaide Moura de Carvalho (PRTB) e Francisco Dogizete Pereira (DEM).
Nesse município, Edilberto Abdias de Carvalho tinha vencido o pleito de
outubro do ano passado, mas teve a candidatura impugnada por se
considerar que ele concorreu a um terceiro mandato, ato proibido pela
legislação eleitoral.
No próximo dia 7 de julho, os eleitores voltam às urnas em Flores de
Goiás e Nazário, em Goiás; Juara e Glória D’Oeste, em Mato Grosso;
Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco; São José do Ouro, no Rio Grande
do Sul; e Figueirão, Jardim, Bela Vista e Caracol, em Mato Grosso do
Sul. Para 4 de agosto, já estão marcadas novas eleições em Marituba,
no Pará; em Pedro Canário, no Espírito Santo; e em Ponte Serrada, em
Santa Catarina.
Os prefeitos cassados terão de repor aos cofres públicos o dinheiro
gasto nas despesas eleitorais. Até o momento, segundo o TSE, foram
ajuizadas cobranças em 51 cidades de 15 estados e em outras 37 cidades,
os processos estão em fase de finalização pela Advocacia-Geral da União
(AGU) ou em curso na Justiça Federal. As devoluções referentes aos
gastos nas eleições impugnadas podem superar os R$ 2,7 milhões em 88
cidades de 20 estados. ABr
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