Um grupo de índios terenas ocupou esta madrugada parte de uma fazenda
localizada na cidade de Aquidauana (MS), a cerca de 140 quilômetros da
capital sul-mato-grossense, Campo Grande.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os índios ocuparam
uma das quatro áreas em que a Fazenda Esperança se divide. A
propriedade tem 12 mil hectares e fica no interior de um território que
os índios afirmam ter pertencido a seus antepassados. Um hectare
corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de
futebol oficial.
O Cimi garante que um estudo antropológico da Fundação Nacional do
Índio (Funai) já reconheceu que 33 mil hectares da região são terra
indígena tradicional e estão aptos a serem reconhecidos como parte da
reserva Taunay/Ipeg. Cerca de 6 mil índios terenas vivem, desde a
primeira metade do século passado, em 6 mil hectares destinados à
ocupação indígena pelo antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão
federal indigenista substituído pela Funai em 1967. Há tempos os índios
reivindicam a ampliação da Terra Indígena Taunay/Ipeg.
O dono de um dos imóveis existentes na área reconhecida pela Funai
como território indígena recorreu à Justiça Federal e conseguiu
interromper o processo demarcatório. O caso aguarda a decisão final do
Supremo Tribunal Federal (STF).
A Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda não se pronunciou sobre o
assunto. O Centro de Operações da Polícia Militar (PM) em Aquidauana
informou que, até as 12h, não tinha
sido acionado, mas policiais do destacamento da PM na cidade já se
deslocaram para o local a fim de verificar a real situação.
A ocupação ocorre um dia depois que um índio terena morreu
após ser baleado, durante a desocupação de outra fazenda, em
Sidrolândia, também em Mato Grosso do Sul. A operação foi coordenada
pela Polícia Federal e contou com o apoio de policiais militares
sul-mato-grossenses. Um inquérito foi instaurado para apurar se houve
abuso dos policiais. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu rigor na apuração. ABr
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