Economista Rodrigo Constantino é palestrante no Tá na Mesa da Federasul





VALÉRIA REIS
 

O economista Rodrigo Constantino, autor do livro 'Privatize Já', disse hoje na Federasul que está mais do que provado que o modelo de Estatal no Brasil não funciona. Ele observa que hoje as empresas que menos dão lucro no país, oferecem os piores serviços e contudo são as que mais empregam são as empresas públicas. Mesmo assim, mais da metade da população treme ao ouvir o palavrão “Privatização”. O economista explica que na sua obra, quer dismistificar o termo privatização e diz que essa versão pública é pura falta de informação.  - A solução para diversos problemas enfrentados pelo contribuinte brasileiro hoje seriam resolvidos com as privatizações de diversos setores -, foi categórico. 
Constantino acrescenta que o governo brasileiro costuma dividir setores e estatais em feudos partidários, para garantir a tal “governabilidade”. Nunca na história do Brasil houve tanto desvio de dinheiro publico nas Estatais, então a “governabilidade” anda rolando solta e quem paga somos nós. Na opinião do economista, privatizar não é uma panaceia, mas  uma medida mágica que pode solucionar todos os problemas. - Privatizar é sim, um passo extremamente importante na direção de mais progresso, mais prosperidade e mais liberdade também,avaliou. Por isso, privatize já, aconselha ele. Em seu livro, o economista analisa os resultados financeiros e políticos de privatizações, defendendo essa opção para o Brasil, país que ainda mantém mais de 200 estatais, como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, entre outras. Ele também é colunista do jornal O Globo, bem como autor de outros seis livros sobre assuntos como economia austríaca e liberalismo.
Durante a entrevista coletiva na Federasul, o economista diz que o governo não serve para gerir empresas. Ele é a favor da privatização em diferentes setores da economia como Petrobras, etc. Segundo ele, não é papel dele gerir empresas. - Isso não quer dizer que o Estado não possa ter o papel de regular certos setores, ou atuar no papel de segurança e justiça, funções que a maioria dos liberais concorda que são básicas do Estado. Ele entende  também algum papel do Estado como regulador, além de saúde e educação, mas de preferência de forma descentralizada -, argumentou.
Questionado sobre a privatização da Petrobras, ele observa que a estatal tem uma gestão politizada e incompetente, além de se escutar por aí casos de corrupção. Explica ainda que a promessa de autossufiência existe desde a criação, e até hoje o Brasil importa gasolina.  Para o economista, o uso da empresa como instrumento político é evidente, por exemplo, quando o preço da gasolina não pode subir para segurar a inflação. Isso penaliza a capacidade de investimento da empresa, portanto ameaçando o próprio futuro dela, observa. Ele fala do monopolismo estatal, como é o caso de Irã e Venezuela. Segundo explica, esse uso da estatal como um poder político paralelo é muito perigoso e evidente. Basta citar o que o Hugo Chávez faz com a PDVSA na Venezuela, enfatiza.
Questionado sobre a privatização na educação, ele defende a bandeira do Milton Friedman, prêmio Nobel da Economia, de 'voucher', quer dizer, de vale-educação. O Estado entraria ajudando os mais pobres no custo da educação, mas não sendo o administrador de escolas, que é o que acontece hoje – e, ao meu ver, de forma altamente ineficiente, com greves, conluios com sindicatos, etc. Ele acrescenta que os vouchers são parte da solução porque geram um alinhamento de interesse. Quando o pai tem o dinheiro na mão, podendo escolher onde matricular o filho, as escolas passam a ter maior concorrência e precisam dar mais atenção à qualidade do serviço que oferecem em troca.
Rodrigo Constantino disse ainda que, muitas vezes, a proximidade entre empresas e governo no Brasil é uma questão de sobrevivência dessas empresas. O que temos de atacar é esse modelo de capitalismo de compadres. Enquanto isso não mudar, parece óbvio que grandes grupos vão buscar Brasília para obter benefícios. Segundo ele, o governo não ataca a raiz dos problemas, não vai nas causas, mas vai nos sintomas, foi taxativo.
Questionei o economista sobre a nota que daria para o governo federal, ele responde que a nota seria baixa. Explica que houve alguns acertos, num governo absolutamente intervencionista com caráter arbitrário, além da insegurança jurídica. Ele observa que o governo vem errando muito e com inflação alta. Sobre o Mercosul, observa que é um 'natimorto' e falido. - Daqui há cinco anos, vamos avaliar os países que mais avançaram e os que retrocederam. Segundo sua avaliação, os países que avançaram e que estão melhor, são os próximos da Aliança do Pacífico. Ele exemplica o caso da Argentina, que tinha uma classe média estabilizada e bom nível percapita, mas não escapou do Peronismo. Segundo diz, não há garantias de que o Brasil não tenha o mesmo destino terrível.  O economista observa que o atual modelo brasileiro tem avançado, com doenças típicas de modelos bolivarianos, a exemplo de Argentina e Equador.
Por fim, ele diz que precisamos de uma Margareth Tatcher que salvou a Inglaterra, num período de máfias sindicais e inflação de dois (2) dígitos. Neste período, explica que reinava o caos social, beirando a um modelo marxista. Ela conseguiu reverter tudo isso e também lia bons autores. Acreditava no modelo destes autores. Era filha de quitandeiro e tirou a Inglaterra das dificuldades do setor privados, entre outros.
 (Valéria Reis). Foto: Ivan Andrade   
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