Nesta quinta-feira, a manifestação do Bloco de Luta pelo
Transporte Público mudou de cenário e de proposta. A partir das 18
horas, milhares de pessoas se reuniram na Praça da Matriz com caminhão
de som, bandeiras de movimentos sociais e espaço para apresentação de
bandas. Representantes do Bloco foram recebidos pelo governador Tarso
Genro (PT) no Palácio Piratini ainda no início da noite, mas a situação
se transformaria horas depois. Parte dos manifestantes chegou a pedir
por “menos festa e mais protesto” e a vaiar artistas que se
apresentavam. Pouco depois, em frente ao Palácio da Justiça, houve um
início de confronto entre a Brigada Militar e ativistas. O conflito
bastou para que grande parte das pessoas se dispersasse por ruas do
Centro e da Cidade Baixa – ao final, pessoas atacaram lojas e quebraram
carros nos dois bairros.
A intenção de promover um ato com ânimos menos acirrados do que os
anteriores, quando o desfecho de enfrentamentos e violência teimava em
se repetir, foi visível na noite desta quinta-feira. Cerca de cinco mil
pessoas, segundo informações da Brigada Militar, chegaram a ocupar a
praça, cenário que foi modificado para a manifestação. Grades e
proteções cercaram a maior parte dos prédios públicos, como a Assembleia
Legislativa, o Palácio da Justiça e o Palácio Piratini. Algumas das
ruas que levam à Praça da Matriz, como a General Câmara e parte da Duque
de Caxias também foram fechadas pela ação da Prefeitura de Porto Alegre
e da polícia gaúcha.
Mesmo que o caráter político estivesse visivelmente presente, com a
entoação de diversos cânticos que marcaram as demais manifestações e
declarações de representantes das organizações que compõem o Bloco de
Luta, a atmosfera do ato por vezes se aproximou também de um encontro
cultural. Bandas como Apanhador Só se apresentaram no alto do caminhão
de som, e havia uma expectativa geral de que a mobilização se encerrasse
sem vestígios de gás lacrimogêneo no ar, capítulo final pelo menos das
últimas quatro manifestações. Fonte: Sul21/Foto: Sul 21
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