Diretor da Academia de Polícia da Inglaterra palestra para PMs


O secretário estadual da Segurança Pública, Airton Michels, e o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, recepcionaram o superintendente da Polícia da Inglaterra, Steve France, nesta quinta-feira (25), e assistiram à palestra que ele proferiu sobre a estrutura policial inglesa. O evento, realizado na Academia de Polícia Militar (APM), ocorreu mediante parceria com o Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados (ILEA) da UFRGS e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Steve France explicou que na Inglaterra existe um serviço de polícia e não uma força policial, que o planejamento de todas as ações são baseadas no serviço de inteligência e que a atuação preponderante está no policiamento comunitário e na integração entre os entes das comunidades e a polícia. O oficial, que também é diretor de relações institucionais da Academia de Polícia da Inglaterra, afirmou que eles buscam “o equilíbrio entre a total liberdade do cidadão e o total controle do Estado”. A diferença fundamental entre o Brasil e a Inglaterra é que aqui existe a cultura do uso da arma e lá a polícia utiliza armamento em situações extremas. A prática é do uso progressivo da força, em cinco níveis: presença policial, instruções passadas pelos oficiais para a comunidade, contato físico com o cidadão com técnicas suaves, uso do bastão ou movimento de força para imobilizar a pessoa e, finalmente, a força letal, por meio de armas.

O oficial inglês lembrou o episódio da morte do brasileiro Jean Charles Menezes em uma estação de metrô de Londres e explicou os procedimentos da polícia britânica no caso, baseados na suspeita de que o rapaz tinha ligação com o terrorismo, que vinha sendo investigado. Na abordagem, ele fugiu e recebeu o tiro, pois a policia entendeu que ele poderia estar carregando uma bomba na mochila que portava. Mais tarde, soube - se que ele correu da polícia porque era imigrante ilegal e não queria ser deportado.

O palestrante ainda relatou que, a partir de manifestações ocorridas em Londres, em agosto de 2011, é que começaram a se espalhar por outras cidades próximas, organizadas pelas redes sociais, a polícia inglesa compreendeu a necessidade de utilizar essas ferramentas da internet. Segundo Steve, atualmente, as redes sociais são muito importantes para a tática da polícia, divulgação de seu trabalho e aproximação com as comunidades. Ele também fez referencia à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016 no Brasil e sugeriu que as polícias militares estruturem suas ações pensando de que forma os estrangeiros vão compreender a cultura local.

No encerramento, o comandante-geral da Brigada Militar, disse que a palestra mostrou que as policias militares têm finalidades semelhantes, apesar de diferentes culturas e peculiaridades diversas. Aproveitou para fazer breve relato das manifestações populares realizadas no Brasil recentemente. Destacou que no Rio Grande do Sul cerca de 20 mil pessoas participaram dos manifestos, ouve elevado grau de violência de alguns participantes e que, apesar de 25 PMs feridos, além da morte de um por atropelamento, nenhum civil teve lesão grave. “Isso comprova a ação correta da BM”, frisou Fábio Fernandes.

O comandante-geral agradeceu ao palestrante, reforçando interesse na permanente troca de informações e experiências entre as duas instituições.

GABINETE DO COMANDANTE-GERAL
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